O PIBID E A FORMAÇÃO DOCENTE NA FRONTEIRA: ESPECIFICIDADES E DESAFIOS
Abstract
O presente trabalho tem como objetivo dissertar sobre as especificidades da formação inicial docente em contexto fronteiriço, especificamente, na linha de fronteira seca entre as cidades de Ponta Porã (BR) e Pedro Juan Caballero (PY), a partir das contribuições do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), na Escola Municipal Ramiro Noronha – localizada próxima à linha de fronteira. O Programa tem o intuito de preparar o acadêmico para a profissão docente através da inserção dos mesmos no contexto escolar. Durante o processo, foi evidenciado que os alunos desta escola possuem inúmeras dificuldades no processo de alfabetização, visto que é comum crianças paraguaias se deslocarem até o país vizinho para estudarem. Estas, geralmente, falam apenas o guarani ou o espanhol e são alfabetizadas em uma pedagogia monolíngue, em língua portuguesa. De acordo com Pereira (2014), uma verdadeira integração fronteiriça precisa levar em consideração a relação entre a realidade social e o homem, e garantir que essas crianças sintam-se incluídas no cotidiano escolar e, principalmente, respeitadas em suas características individuais de origem. Constata-se que apenas nesta década que as instituições de formação de professores começaram a contemplar a diversidade fronteiriça, pois, até 1990, os graduandos, que em sua maioria falam apenas o português, não eram capacitados nem recebiam informações sobre como se trabalhar na fronteira (PEREIRA, 2014). A partir de então, os bolsistas têm como propósito colaborar com o desenvolvimento escolar dos alunos elaborando e desenvolvendo estratégias, jogos, brincadeiras e teatros que contribuam na aprendizagem da criança, resultando no progresso diário desses alunos, exercitando sempre a articulação entre teoria e prática. Apostando em atividades com caráter lúdico, “[...] o trabalho pedagógico [...] possibilita ao aluno uma aprendizagem mais significativa, qualitativamente positiva e humanizadora” (OLIVEIRA E MARTINIAK, 2016).