O PAPEL DA EDUCAÇÃO FRENTE À CULTURA DO CONSUMO: UM ESTUDO SOBRE A REGIÃO FRONTEIRIÇA BRASIL E PARAGUAI
Resumo
O presente trabalho busca compreender as relações de compra e venda na região da fronteira entre Brasil e Paraguai, especificamente entre as cidades de Ponta Porã (BRA) e Pedro Juan Caballero (PY), a partir da perspectiva da modernidade líquida do sociólogo Zygmunt Bauman (1925-2017). Procuramos, também, entender qual papel cabe à educação frente à cultura do consumo em uma região intensamente comercial. Residentes e acadêmicas dessa região, o interesse pela pesquisa permeou não apenas pela temática tratada, mas também em entender como se configura a identidade fronteiriça, o papel de agentes externos para a constituição da mesma, bem como as especificidades da cultura dessa região. Com a pesquisa, pudemos compreender a fronteira entre as cidades citadas como local de encontro de diversas culturas e povos (paraguaios, brasileiros, asiáticos, japoneses, etc.), que veem na região fronteiriça como oportunidades de comércio, fomentando assim o consumismo exacerbado - uma vez que turistas, e os próprios munícipes, veem no Paraguai uma oportunidade de satisfazerem seus desejos incontroláveis por bens materiais, já que no país vizinho ao Brasil o valor dos produtos é mais acessível. Como consequências do consumismo, o “ter” torna-se mais importante que o “ser”. Possuir determinado produto torna-se um sinal de prestígio social e é criado um abismo que diferencia as pessoas que consomem das que não consomem. Assim sendo, a escola torna-se um palco de encontro entre várias culturas, podendo ser um local de integração ou de discriminação. Devemos, enquanto professores, optar por uma educação integradora, de diálogo e respeito às diferenças, que faça com que o aluno se veja como um sujeito histórico e crítico, agente participante da sociedade.