O ENSINO DE ARTES NA CULTURA CONTEMPORÂNEA: ENFRENTAMENTOS E RECRIAÇÃO DAS PRÁTICAS DOCENTES PARA RESISTIR NO CURRÍCULO ESCOLAR

Abstract

Que o ensino de arte na contemporaneidade vem passando por reformulações não é segredo para ninguém. Igualmente, dizer que o ensino de arte sempre foi reformulado por documentos estabelecidos pelos órgãos da educação – municipal, estadual ou federal – também não é novidade nenhuma. Agora, bem recentemente, o ensino de arte está enfrentando mais uma dessas reformulações estabelecidas por documentos que parecem não tomar, na realidade, das práticas docentes nas escolas nas disciplinas de Arte. Desta vez a BNCC (2017), um documento norteador às práticas no ensino de Arte na contemporaneidade brasileira, não está apenas reformulando os currículos de Arte na educação brasileira. De certa forma, o documento está promovendo um desmonte da Área de Arte no currículo escolar – uma Área que na verdade só foi reconhecida como tal até aqui, na grande maioria, mais por quem tem formação nesta – que tem promovido discussões na Área em diferentes lugares e de linguagens artísticas. Desta situação presente no ensino de Arte, mais uma vez, portanto, é necessário dizer que devemos promover enfrentamentos e recriarmos alternativas que resistam às proposições de mais um documento “reformador” que está interferindo nas práticas docentes sem “tomar conhecimento” da realidade escolar brasileira: falta de infraestrutura e materiais didático-pedagógicos, trabalho docente com sobrecarga de afazeres operário, ambiente escolar muitas vezes não condizente à realidade sociocultural de alunos, professores e dirigentes, destituição da obrigatoriedade de formação nas áreas de atuação, entre muitos outros fatores que representam a realidade da instituição escolar no Brasil. A partir de discussões epistemológicas descoloniais fronteiriças que tratam da prática docente, da formação de professores e do ensino de Arte na contemporaneidade, este trabalho pretende apontar estratégias de atuação e de consciência epistêmica que demonstram resistências às imposições de documentos/sistemas que propõem reformas que não condizem com a realidade sociocultural e econômica da educação brasileira.