TESTEMUNHOS DE EXPERIÊNCIAS A PARTIR DE ORIENTAÇÃO (ÕES) DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO, VIVÊNCIA(S) DE PROFESSORES COLABORADORES DA REDE PÚBLICA E ESTAGIÁRIOS DO CURSO DE LETRAS: DESAFIOS E APRENDIZAGENS EM PROCESSOS INTERLOCUTIVOS
Abstract
A noção da palavra testemunho que intitula este relato e norteia as discussões está assentada em duas orientações teóricas distintas. A primeira segue por fundamentos epistemológicos da Linguística da Enunciação, à luz de Émile Benveniste (2006) e a segunda de seu herdeiro, o filósofo italiano, Giorgio Agamben (2010). Tal esclarecimento é importante, considerando o posicionamento da escolha de um ponto de vista de quem fala sobre os fatos vividos e o tipo de testemunha, de um lado, aquela que vive e dá testemunho, e de outro lado, ou aquela que observa de longe os fatos ocorridos. O posicionamento escolhido para este trabalho está naquele que vive o processo e dá testemunho. Isso significa considerar o nosso lugar enunciativo no processo de orientação do estágio nas disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura no ensino médio, da rede pública de MS. Além disso, incluímos testemunhos de professores colaboradores e dos estagiários do 4º ano de Letras. Desse modo, os diálogos ocorrem em três dimensões distintas marcadas pela heterogeneidade constitutiva de lugares enunciativos, da apropriação da língua e das vivências sociais e culturais de diferentes sujeitos. Ao longo das vivências entre lugares enunciativos, sociais e culturais distintos compreendemos que as relações entre orientador(a) de estágio, professores colaboradores e estagiários são construídas a partir de desafios identificados na transposição de conteúdos e no incentivo aos usos de diferentes gêneros textuais. Os processos interlocutivos entre sujeitos precisam ser considerados e intermediados continuamente para que todos os envolvidos sejam incluídos. Os resultados das experiências e vivências compartilhadas apontam para a necessidade de tornar público os testemunhos em diferentes dimensões enunciativas, visto que tal prática enunciativa do “eu” amplia a próxima os diferentes sujeitos, em prol de soluções para questões, emergenciais que surgem para as disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura, na rede pública, a partir da Reforma do Ensino Médio.