O PROCESSO DE INGRESSO DE CRIANÇAS EM INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL: PERSPECTIVAS DE ALGUMAS MÃES

Resumen

O processo de ingresso de crianças em instituições de educação coletiva é um período sensível para todos os envolvidos, abrangendo crianças, famílias e docentes. Nessa transição do ambiente familiar para o institucional, é comum que ocorram sentimentos de ansiedade, insegurança e tristeza nas crianças e em seus familiares. Este estudo teve o objetivo de conhecer as perspectivas de mães sobre o processo de ingresso de crianças em instituições de educação infantil no início de 2022, logo após o período de isolamento social causado pela pandemia de Covid-19. Objetivou ainda identificar experiências e sentimentos dessas mulheres durante esse período. O caminho escolhido foi uma pesquisa qualitativa e a coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas individuais semiestruturadas com quatro mulheres responsáveis por crianças matriculadas em instituições públicas de Educação Infantil da rede municipal de ensino de Rio Brilhante/MS. O estudo destacou a diferença entre acolher e adaptar-se, enfatizando a necessidade de proporcionar um ambiente acolhedor e sem rotatividade de profissionais na creche durante o processo de ingresso das crianças. Além disso, ressaltou a relevância da interação entre famílias e instituições, destacando a necessária relação de confiança entre as partes para garantir uma transição bem-sucedida das crianças à creche. Evidencia a necessidade de planejamento e estudos para garantir um processo de ingresso com menos sofrimento para todos os envolvidos. As análises da opção de cada uma das mulheres pela matrícula, evidenciou que a creche, além de ser um direito das crianças, foi uma aliada no cuidado e educação de seus filhos, para que elas pudessem conciliar suas atividades profissionais e proverem o sustento de suas casas. O estudo busca fornecer contribuições para refletirmos sobre o processo de ingresso e para a construção de uma Educação Infantil de qualidade que atenda da melhor maneira possível as famílias e, acima de tudo, as crianças.