Precarização da função docente e a pandemia: conceitos de Bourideu fomentando a análise contemporânea.
Resumen
A crise educacional causada pela pandemia no Brasil foi discutida pela sociedade, todavia os debates partiam das questões que permeavam o ensino remoto, desconsiderando que o abismo educacional entre instituições públicas e privadas é uma realidade que persevera há tempos. A busca por responder aos interessados no retorno presencial era representado pelos pais das instituições particulares, que têm infraestrutura predial, recursos humanos, aparatos tecnológicos, ou seja, aqueles que sofriam menos com o isolamento social, estavam na linha de frente pela defesa do retorno presencial. Mediante análise bibliográfica e documental, a metodologia de apuração possibilitou o levantamento de dados para uma análise crítica-reflexiva. Os conceitos de Bourdieu, a respeito do capital cultural, habitus foram essenciais para discutir as opressões sofridas por crianças e jovens de baixa renda, que são marginalizados no sistema educativo, sendo excluído do conhecimento clássico mesmo na escolarização. Todavia, não se trata de agastar a importância da escola pública para as crianças e jovens pobres, mas de considerar que na contemporaneidade ela centraliza serviços de acesso social e de seguridade de direitos. E que cumpre o papel de engrenagem econômica, sendo representada pelo Movimento Escolas Abertas como meio de liberar trabalhadores domésticos para o cumprimento de suas funções na casa dos patrões. Ao final, concluiu-se que o enfrentamento da pandemia sem planejamento, articulação das secretarias e diretorias de ensino e inclusão digital possibilitou que a dificuldade em lidar com o isolamento social e o déficit no processo de ensino e de aprendizagem prejudicassem estudantes das escolas públicas.