REPRESENTAÇÕES DO TEMPO E DO ESPAÇO EM EL LLANO EN LLAMAS, DE JUAN RULFO E EL TRUENO ENTRE LAS HOJAS, DE AUGUSTO ROA BASTOS

Resumo

Este artigo apresenta um diálogo entre as obras El llano en llamas, de Juan Rulfo e El trueno entre las hojas, de Augusto Roa Bastos, ambas publicadas no ano de 1953. Nesta análise, buscou-se elencar aproximações e diferenças em relação aos elementos da narrativa que compõem os contos de cada obra, de maneira mais específica como as descrições do espaço e do tempo que, aliados à circularidade, se juntam para a confecção de um mosaico de imagens e situações as quais se aproximam à realidade histórica, social e cultural dos países (México e Paraguai). A metodologia aplicada foi à bibliográfica, a partir da leitura das obras ficcionais, bem como o levantamento de textos teóricos que permitiram o aprofundamento do conhecimento a respeito do espaço e do tempo nas narrativas; além dos conceitos no âmbito da Literatura Comparada. Espaço e tempo tornam-se metáforas/imagens que demonstram a realidade social e psicológica dos indivíduos. O tempo, que está aliado à circularidade, transforma os contos em ciclos; existe um ir e vir que não permite o alcance imediato ou concreto de objetivos traçados no início da diegese. As obras são baseadas em sociedades que estão tentando recuperar-se de um pós-guerra (Do Chaco, no Paraguai; Cristera, no México), o que justifica a luta constante dos povos, caracterizados como subalternos. Sob o viés da literatura comparada, foi possível averiguar que as obras são testemunhas do seu tempo, que trazem à tona como os indivíduos atravessaram as dificuldades que a situação social e política impunham.