A PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS: A NOVA OLIGARQUIA DO EMPRESARIADO
Resumo
O presente trabalho tem por finalidade realizar um estudo sobre a atuação dos empresários, que compõem a parceria público-privada na educação brasileira, mais especificamente após 1989 com o Consenso de Washington, face à intensificação das políticas neoliberais para os países latino-americanos, que visam diminuir a atuação do Estado, com a implantação do Estado mínimo e consequentemente ampliação da atuação da iniciativa privada. Nesse contexto, o estudo perpassa pelo contexto histórico das políticas educacionais e suas consequências sociais, decorrentes da desvalia dos interesses humanos em relação aos do mercado e como a educação passa a ser vista como mercadoria, e meio de absorção de recursos governamentais para manutenção do status quo da alta burguesia. A metodologia foi composta pelo levantamento e análise de fontes documentais, bem como de artigos acadêmicos que discorreram sobre essa temática. Os resultados da pesquisa indicam que a responsabilidade social empresarial foi a justificativa encontrada pelo terceiro setor para, com amparo legal, atuar na educação de forma a atender não só seus interesses mercadológicos, caracterizados pela responsabilização e meritocracia às escolas e alunos, tratando-se de subordinação das escolas, e subsunção dos alunos, sendo estes os futuros trabalhadores que estarão ao dispor das classes dominantes, bem como aos interesses financeiros, considerando o volume expressivo de recursos destinados à manutenção dessas parcerias. Além de apontar para a necessidade de se aprofundar os estudos para uma análise dos resultados pedagógicos e financeiros desse modelo educacional, bem como da contribuição dessas parcerias para uma sociedade mais justa e competente possibilitando assim, ao progresso social sustentável e perene, considerando que educação de resultados, nem sempre irá corresponder a educação de qualidade.