DO PERÍODO IMPERIAL BRASILEIRO À ERA DITATORIAL DE 1964: OS ENCARGOS E PERFIS DOS DIRETORES ESCOLARES
Resumo
O cargo de diretor escolar, função que vem ganhando espaço nas discussões educacionais das últimas décadas, configura-se em uma das funções primeiras na educação brasileira a partir da institucionalização do ato de ensinar. Considerando a relevância da figura do diretor escolar como um dos elementos essenciais para democratização da escola, este estudo de abordagem qualitativa se propôs a investigar a constituição do cargo de diretor escolar nas políticas educacionais brasileiras ao longo do Período Imperial (1822-1888), Período Republicano (1889-1930), Era Vargas (1930-1045) e Período Ditatorial (1964-1985). Para tanto, lançou mão das pesquisas de natureza bibliográfica e documental para reunir, problematizar e analisar os dados necessários. Em face às apresentações descritas sobre a retrospectiva histórica da constituição do cargo de diretor escolar e as reformulações quanto ao perfil desse profissional que foi se desencadeando ao longo dos anos, observou-se que mesmo em meio às transformações ocorridas no cenário educacional, bem como os fenômenos que impactaram diretamente a função de dirigente escolar, ainda assim, algumas características se mantiveram estáveis e pouco questionadas até meados da década de 1980. Atributos como a autoridade suprema do diretor escolar dentro da instituição de ensino; o sistema de hierarquização presente na organização do sistema educacional, sobre tudo na escola; o caráter fiscalizador do dirigente escolar; a dualidade entre o âmbito administrativos e pedagógicos inerente ao fazer desse profissional, bem como a predominância daquele aspecto em detrimento a esse; a supremacia masculina nos cargos de direção escolar; e o conglomerado de atribuições de ordens simétricas e assimétricas designadas ao gestor institucional correspondem a aspectos que sofreram pouca variação ao longo da história da educação nacional.