CONDIÇÕES DO TRABALHO DOCENTE DA EDUCAÇÃO ESPECIAL: entre a modernidade sólida e a modernidade líquida

Resumo

As transformações sociais, políticas e econômicas ocorridas no mundo moderno e pós-moderno refletiram-se diretamente nas mudanças estruturais do trabalho e, consequentemente, nas condições de trabalho. No contexto educacional, essas mudanças podem ser percebidas na gestão escolar, influenciando as condições de trabalho de todos os profissionais da educação, incluindo os docentes. Este trabalho tem como objetivo analisar as condições de trabalho docente à luz das reflexões do filósofo e sociólogo Zygmunt Bauman, especialmente no que diz respeito às transformações no modo de exercer o trabalho docente, conforme a passagem da modernidade sólida para a modernidade líquida. Para tanto, realiza-se uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, buscando responder às seguintes questões: Quais influências o trabalho docente sofreu na modernidade sólida e na modernidade líquida? Quais modificações ocorreram nas condições de trabalho do docente na transição entre esses dois períodos? E quais as condições de trabalho na educação especial nesses contextos? Conclui-se que, na modernidade sólida, o modelo de escola favorecia as condições de trabalho dos docentes, que eram considerados intelectuais e legisladores, atuando em conjunto com o Estado na manutenção da ordem e da disciplina. Com a transição para a modernidade líquida, o docente perde sua autoridade e seu valor, deixando de ser o principal detentor do conhecimento e passando a exercer um papel de coadjuvante no processo de aprendizagem. Houve profundas alterações nas condições de trabalho, que passaram de posições privilegiadas na modernidade sólida para uma situação de pauperização, proletarização e precarização da profissão docente.