REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS SOBRE INCLUSÃO ESCOLAR
Abstract
Este trabalho foi originado de inquietações presentes em nossa prática como professora atuante na rede regular de ensino, tem por objetivo geral refletir sobre aspectos da construção identitária de alunos com necessidades especiais, e professores na expectativa de contribuir com a inclusão escolar. Temos como hipótese que se vivencia nas escolas de ensino público regular uma exclusão velada, que tem sido designada como inclusão pela sociedade. Para comprová-la, os principais questionamentos problematizados são: Como os alunos com necessidades especiais se veem e são vistos? Quais são suas representações sobre si e o outro? O que é inclusão para eles? Trata-se de uma pesquisa inscrita no viés discursivo, que caracteriza-se como uma pesquisa de campo e tem como base o método arqueogenealógico, que problematiza, nos dizeres de alunos vistos como “deficientes intelectuais”, e professores a regularidade e positividade que determina discursos sobre sua construção identitária. Como arcabouço teórico, apoiamos-nos nas teorias da Análise do Discurso, com as noções de sujeito e de relações de saber e poder de Foucault (1979, 1996, 2006), a que articulamos o conceito de identidade de Coracini (2007) e outros construtos dos Estudos Culturais, com Hall (2005) e Bhabha (2010). Verificamos que, mesmo em uma época intitulada como “era” da inclusão, os dizeres de alunos e professores carregam fortes marcas de que, mesmo diante de avanços legais ou sociais, a inclusão ainda é algo estabelecido apenas na teoria.
Palavras-chave: Inclusão escolar. Ensino público. Escolas.