NEGRITUDES TRANSVIADAS: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE MARCADORES RACIAIS EM VIOLÊNCIAS LGBTFÓBICAS NO BRASIL
Resumo
Resumo: ao me debruçar sobre recentes estatísticas que dizem respeito a violências e violações que acometem pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) pude dar conta de que, quando o marcador de cor e etnia é trazido à tona, não lhe é oferecido um papel de destaque enquanto categoria analítica. Para fins desta análise, então, tomo como bases de dados as cifras expressas no Mapa da Violência de Gênero no Brasil e no Dossiê de Lesbocídio no Brasil, bem como de mapeamentos, levantamentos e seus respectivos relatórios produzidos pelo Grupo Gay da Bahia, pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais e pelo Instituto Brasileiro Trans de Educação. A partir deste cenário, intentei encarar de modo interseccional as investidas necropolíticas contra corpos negros dissidentes em identidades de gênero e sexualidades. Tais corpos racializados, sexualizados e generificados são encarados como vidas menos dignas de serem vividas e, apesar dos índices funestos – acometidos ainda pela subnotificação que só será resolvida com a institucionalização de marcadores sobre identidade de gênero e sexualidade nos registros de violências –, celebram o corpo, amam a vida e constroem estratégias, institucionais ou não, de resistência.
Palavras-chave: LGBTfobia. Violência. Interseccionalidade. Necropolítica