OS EFEITOS DE SENTIDO DO COLONIALISMO NA BASE DO DIZÍVEL DO SUJEITO INDÍGENA
Resumo
Resumo: Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o discurso do sujeito indígena, partindo da perspectiva de que, compreender os discursos é compreender o próprio sujeito. Assim, buscamos entender os pré-constuídos, ou seja, os já lá que sustentam os discursos e os efeitos de sentido que eles produzem em outras condições de produção. Temos como base teórica a Análise do Discurso de linha francesa, mais especificamente nos textos de Pêcheux (1990 e 2002), Orlandi (1990, 2001 e 2007) e Foucault (2010 e 2014), para compreender as relações de poder, a memória, os silenciamentos e as formações imaginárias materializadas nos discursos do indígena guarani/kaiowá. A materialidade em análise é constituída por entrevistas com indígenas das aldeias do município de Dourados MS. Entendemos que o imaginário constituído por meio do olhar etnocêntrico de Caminha ao descrever o Novo Mundo e seus habitantes e todo o processo de colonização linguística, continuam definindo os lugares sociais e determina os sentidos que podem e devem circular na ordem do discurso. Assim, o sujeito/língua/alma, reproduz o discurso do colonizador na ilusão de ser origem de seu discurso, ao negar sua própria língua e principalmente, nega-se como sujeito.
Palavras-chave: Discurso Indígena; Colonização linguística; Análise de Discurso.