ÍNDICE DE MORBIDADE DA SÍFILIS CONGÊNITA NAS MICRORREGIÕES DE SAÚDE DE MATO GROSSO DO SUL
Keywords:
Sífilis Congênita, Índice de Morbidade, EpidemiologiaAbstract
Introdução: A sífilis, infecção causada pelo Treponema pallidum, constitui uma preocupação de saúde pública durante a gestação, devido aos riscos associados à transmissão vertical. O aumento das taxas de sífilis congênita (SC) na região Centro-Oeste, aliado às disparidades regionais identificadas no estado do Mato Grosso do Sul, sublinha a necessidade crucial de focalizar a atenção no índice de morbidade (IM) em microrregiões específicas do estado, assim como na efetividade dos cuidados pré-natais. Objetivo: Analisar o IM da SC nas microrregiões de saúde de Mato Grosso do Sul e a qualidade da assistência pré-natal. Metodologia: Estudo descritivo longitudinal. Para o índice de morbidade, foi utilizado o cálculo: A/B*100(A= n° de casos de SC em menores de um ano em determinado ano, segundo a cidade de residência; e B= n° de casos de sífilis em gestantes em determinado ano, segundo cidade de residência). Os dados coletados no período de 2010 a 2021 foram tabulados pelo sistema TABWIN e importados para o software JoinPoint Regressions Program versão 4.9.10. Foram calculadas a variação percentual anual (Annual Percentage Change - APC) e a variação percentual média anual (Average Annual Percent Change - AAPC). Resultados e Discussão: A microrregião de Corumbá apresentou tendência crescente no IM (APC = 18,6; p<0,05), sendo o ano de 2020 com maior IM do período desta microrregião (22,75), apesar da pandemia COVID-19. Nessa microrregião, a maioria das gestantes foram diagnosticadas no pré-natal (54,5%), não obstante, nenhuma recebeu tratamento adequado, revelando que o diagnóstico materno durante a gestação não foi oportuno para quebrar a cadeia de transmissão. A microrregião de Dourados apresentou menor número de gestantes que não realizaram pré-natal (52,2%), sendo 28,7% diagnosticadas nessa ocasião. Já a microrregião de Naviraí apresentou maior frequência das gestantes em realizar o pré-natal (87,7%), dentre as regiões analisadas, enquanto no país a taxa não passou de 82,9% no período. Conclusão: o estudo destacou diferentes IMs dentre as microrregiões de saúde, com destaque para Corumbá, que apresentou índice elevado ao no período avaliado, independente da COVID-19. Tais achados reforçam a importância de estratégias de prevenção e promoção para as Infecções Sexualmente Transmissíveis, como a sífilis.
References
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