IMPRESSÕES BIO-GRÁFICAS DE CORPO-POLÍTICAS MARCADAS: PERSPECTIVAS SEXUAIS SUBALTERNAS

Autores/as

  • Pedro Henrique Alves de Medeiros Doutorando em Estudos de Linguagens pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens (PPGEL/UFMS), bolsista Fundect/CAPES e membro do Núcleo de Estudos Culturais Comparados (NECC).
  • Edgar Cézar Nolasco Doutor em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), professor e orientador pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e coordenador do Núcleo de Estudos Culturais Comparados (NECC).

Resumen

Este trabalho tem por objetivo descortinar e, por extensão, teorizar impressões bio-gráficas de corpo-políticas marcadas a partir de uma epistemologia Sul-Sul, de caráter descolonial, ilustrada pelo corpo performático, dissidente, fronteiriço e indecidível da cantora e drag queen brasileira Pabllo Vittar. Dessa feita, a proposta aqui delineada se justifica na medida em que Pabllo Vittar desvela o horizonte crítico-epistêmico outro de que não resistimos porque somos bichas, mas, sim, re-existimos (MIGNOLO, 2017a) politicamente à opressão e às marcas de poder hegemônico-coloniais incutidas, à revelia, em nossos corpos-corpus de anthropos (MIGNOLO, 2003), isto é, de supostos “outros” especialmente no Brasil contaminado pela putrefação moral de Jair Bolsonaro. Ademais, o ensejo explicitado se projeta, como condição epistemológica sina qua non, contra a narrativa universalista e monotópica da colonialidade que instituiu, por vias dos seus próprios critérios abissais as categorias modernas de conhecimento, arte, corpo-corpus, sexualidade e gênero responsáveis pela criação de insígnias assimétricas e autoritárias de poder que desumaniza(r)am e sub-humaniza(r)am (KILOMBA, 2018) os corpos ditos “marcados” em relação aos “não-marcados”, sendo aqueles os ditos desviantes, inferiores e insubordinados, em outras palavras, tudo aquilo que não representa a nação heterossexista-patriarcal. Portanto, no que concerne ao recorte teórico, utilizar-se-á a perspectiva descolonial em face de uma metodologia eminentemente bibliográfica assentada nos autores Walter Mignolo, Silviano Santiago, Grada Kilomba e Guacira Lopes Louro de obras e de textos, dentre outros, como “Inconveniências do corpo como resistência”, Um corpo estranho, Histórias locais/projetos globais, “Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade”, “Desafios decoloniais hoje” e “Para Bolsonaro la Biblia pesa más que la Constitución”.

 

Palavras-chave: Descolonialidade. Sexualidade. Dissidência. Corpo. Pabllo Vittar.

Publicado

2021-11-06

Cómo citar

Medeiros, P. H. A. de, & Nolasco, E. C. (2021). IMPRESSÕES BIO-GRÁFICAS DE CORPO-POLÍTICAS MARCADAS: PERSPECTIVAS SEXUAIS SUBALTERNAS. Cine-Fórum UEMS , 2(2). Recuperado a partir de https://anaisonline.uems.br/index.php/cineforumuems/article/view/7622