GÊNERO E EDUCAÇÃO: DA INSUSTENTÁVEL SEPARAÇÃO À COMPREENSÃO DE SUA UNICIDADE
Palabras clave:
Gênero, Educação, Professores, Diversidade Sexual na Escola.Resumen
Ao lidarem com questões de gênero, professores e dirigentes pedagógicos apresentam “dificuldades” que precisam ser revistas, especialmente quando considerados alguns elementos que se articulam, tais como: o contexto heterogêneo das instituições de ensino, a falta de compreensão das terminologias e a articulação de conhecimento sobre gênero com a clientela escolar e com as comunidades em que estão inseridas. Considerando aspectos tão sensíveis ao cenário educacional nacional, o objetivo deste trabalho está concentrado na reflexão da relação entre gênero e educação, visando a compreensão de sua unicidade. Para tanto, escolheu-se como método a revisão bibliográfica, por oferecer elementos teóricos capazes de nortear a reflexão proposta. Mediados pelos referenciais teóricos adotados, compreendeu-se que o educador precisa ser capaz de transitar entre a linguagem e os códigos adultos e infantis, como se fossem idiomas diferenciados, porém complementares, pois o adulto se esquece da infância e da linguagem específica da mesma, apesar de fazer parte também de seus processos cognitivos e afetivos. Para além, depreendeu-se que o ensino de crianças passou a ser uma “missão” culturalmente designada ao sexo feminino, pela naturalização das atividades de maternagem. Deste modo, as representações simbólicas dentro da cultura ocidental, branca e burguesa, condicionam às mulheres a “missão” de transmitir os conhecimentos colonialistas ocidentais. Associa-se a infância ao gênero feminino e a ingenuidade das duas condições. Por esse raciocínio, pode-se questionar se a escola e a pedagogia estão em desvantagens desde o fundamento de nossa cultura, por desvalorizarem categorias como a: infância e o feminino. Sabe-se que há no processo de ensino-aprendizagem sentimentos transferenciais de ambos os envolvidos que partem simultaneamente dos educandos para quem o educa e do adulto para com os educandos. Por isso, se questiona se em suas fantasias transferenciais para com os alunos, os professores poderiam deixar escapar o desejo inconsciente de fazer prevalecer suas subjetivações cristalizadas quanto ao gênero na formação dos futuros cidadãos. Frente a esta questão, pode-se apontar como principal resultado o aspecto emergencial de proposições reflexivas que favoreçam esclarecimentos sobre as questões de gênero no espaço escolar.