REVELAÇÕES DOS AUTORES DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL SOBRE SURDEZ E LIBRAS
Keywords:
Educação Especial. Surdez. Libras. Produção intelectualAbstract
A presente pesquisa incide no estudo sobre surdez e Libras, ora associando ambos os temas, ora separando-os, considerando que as investigações relativas ao tema surdez nem sempre apresentam discussão sobre libras, contudo quando o assunto é Libras, a surdez passa a ser inerente - pois os temas se justapõem e em muitas situações se entrelaçam, conforme a especificidade do tipo de pesquisa realizada. Partiu-se de um mapeamento subjacente à análise e apresentação dos resultados dos relatos de pesquisa publicados na Revista Brasileira de Educação Especial (RBEE), no período de 2005 a 2014. Objetivou-se, sobretudo, por um lado, analisar as revelações de seus autores, contemplando as categorias: formação docente, ensino, aprendizagem, dificuldades e perspectivas, levando em conta como esses estudos refletem em contribuições para os profissionais da Educação Básica e do Ensino Superior e, por outro lado, identificar as tendências teóricas que tem subsidiado as publicações acerca dos estudos sobre a questão no País. Para atingir os objetivos, privilegiou-se os aportes teóricos de Vigotski (1997, 2004, 2007), Quadros (1997, 2004), Reily (2004) e Strobel (2008a, 2008b). O percurso metodológico teve como base a pesquisa exploratória, que se iniciou pela revisão bibliográfica e mapeamento das produções na RBEE sobre a temática. Os resultados mostram que no período de 2005 a 2014 foram publicados no site do Scielo, 33 números, sendo 268 em forma de relatos de pesquisa. Desses trabalhos, 35 (13,05%) trataram dos temas surdez e Libras: 30 (85,71%) relativos à surdez e 05 (14,29%) à Libras. Dentre as contribuições das publicações, grande parte contemplou a educação básica; os teóricos e estudiosos que apoiaram os autores dos artigos, na maioria, são brasileiros. Constatou-se que existem lacunas a serem preenchidas por meio de ações mais concretas e direcionadas ao público-alvo, que ainda não conseguiu sua inclusão, tampouco consegue compartilhar da cultura escolar, em escolas regulares, com autonomia e sem obstáculos, ou seja, enfrenta muitas dificuldades, embora haja perspectivas de melhoria, devido a ações – ainda tênues – baseadas no princípio da educação inclusiva, no movimento da comunidade surda no País, no sentido de adequar a escola, preparar o professor e o intérprete.