IDOSOS INDÍGENAS NA PANDEMIA: O ESTUDO SOBRE A FORMA DE CUIDADO DE SUA SAÚDE MENTAL

Resumo

Introdução: Em todos os momentos da história do Brasil, há uma exploração e genocídio dos povos originários, relacionado à expropriação de suas terras pelo agronegócio. Essa realidade de sofre um crescimento exponencial quando se considera o contexto de pandemia, sobretudo em relação aos idosos, principal grupo de risco da doença e maior fonte de cultura, organização social e conhecimentos desses povos. Tal situação é capaz de alterar o estado emocional dessas pessoas, influenciando no aparecimento de patologias como depressão, alcoolismo, drogadicção e suicídio. Assim, a contribuição desta pesquisa baseia-se em avaliar a possível presença de uma aliança entre o saber médico-científico e a cosmovisão indígena para um enfrentamento adequado dos problemas mentais que afligem seus idosos, principalmente ao se considerar o contexto de pandemia. Objetivo: observar como os idosos indígenas em contexto de pandemia lidam com sua saúde mental. Metodologia: revisão bibliográfica de literatura com foco qualitativo, usando a pergunta “como os idosos indígenas lidam com sua saúde mental em contexto de pandemia?” como norteadora. Os termos MeSH “Mental health”, “aged” e “indigenous” foram intercalados com o operador Booleano “AND” e aplicados nas plataformas “PubMed”, “Biblioteca Virtual em Saúde - BVS” e “Embase”, com filtros de ano de publicação (até 5 anos atrás), tipo de estudo (revisão sistemática e metanálise) e disponibilidade. Discussão: Das bases de dados, apenas 4 artigos se adequaram à temática (saúde mental) e à população-alvo (idosos indígenas). Todos possuem em comum a valorização da cultura dos povos originários e o envolvimento da comunidade como estratégia de promoção à saúde, enquanto a herança colonial e a constante supressão de direitos funcionam como fatores promotores do adoecimento. Conclusão: Nesse sentido, não é possível pensar em cuidados com a saúde mental de idosos indígenas sob a ótica tradicional, focando apenas na medicalização do adoecido, vista que compõe uma forma de imposição imperialista sobre as concepções de medicina desses povos, estratégia eficaz em provocar anulação cultural e mais adoecimento. Torna-se necessário, portanto, compreender que o reconhecimento dos valores coletivos desses povos é o mínimo necessário para começar a se pensar em estratégias de cuidados com sua saúde mental.