MANEJO ANESTÉSICO PEDIÁTRICO EM PACIENTE COM DIAGNÓSTICO TARDIO DE CARDIOPATIA CONGÊNITA COM HIPERTENSÃO PULMONAR SEVERA PARA DRENAGEM DE ABSCESSO CEREBRAL

Autores

  • Cristal de Carvalho Mostacada de Souza Rocha Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
  • Bruna Sheraichi Benetti Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
  • Maria Laura Guiraldelo Pasqualotto Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
  • Lilia Kazumi Miyahira Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande
  • Eduardo Brandt Nunes Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande

Palavras-chave:

Truncus Arteriosus, Anestesia, Cardiopatias Congênitas

Resumo

Introdução: O truncus arteriosus, também conhecido como tronco arterial comum, é uma cardiopatia congênita (CC) cianogênica caracterizada pela presença de apenas uma artéria emergindo do coração, responsável por fornecer sangue tanto para a circulação sistêmica quanto para a pulmonar e coronariana. Essa condição ocorre em aproximadamente 1,5% dos casos de cardiopatias congênitas em recém-nascidos e pode apresentar variações em relação à origem do tronco pulmonar.  Objetivo: Descrever a repercussão do truncus arterioso no manejo anestésico pediátrico. Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 5a, 16kg, ASA III, em urgência para ressecção de abscesso cerebral e craniotomia descompressiva. Admitida em sala cirúrgica sonolenta, taquicárdica, SatO2 88% em AA. Feita pré-oxigenação, indução e IOT. Manutenção com remifentanil e propofol. No intraoperatório, realizadas 2 expansões 20ml/kg com piora progressiva da SatO2 apesar de FiO2 elevada e níveis hematimétricos normais. SatO2: 70-85%. GA: pH7,19 | pCO2 55mmhg | pO2:74mmhg | So2 90% | Bic 21 | BE-6 | lac 3(mmol/l) | Ht38% | Hb12.8g/dl. Evoluiu com hipotensão e piora da taquicardia apesar de otimizado status volêmicos e analgesia. Ao exame: estertor fino pantórax, sopro cardíaco panfocal holossistólico. Iniciados noradrenalina, milrinona e furosemida no intraop com melhora hemodinâmica e última GA: pH7,34 | pCO2 39 mmhg | pO2 84mmhg | So2 96% | Bic 21 | BE-3 | Ht43% | Hb14,5g/dl | lac 1. Encaminhada ao CTI após 3h, investigada e diagnosticada. Ecocardiografia transtorácico: truncus arteriosus + insuficiência moderada da valva truncal, PCA3mm, CIV e FE70%. Discussão: A pressão elevada no VD e pulmonar ficou evidente, possivelmente devido à transmissão das pressões sistêmicas do tronco arterial comum para ambos os ventrículos, bem como à presença de CIV ampla. A estenose na origem do tronco pulmonar protegia o pulmão de hiperfluxo, o que foi exacerbado na presença de sepse com origem do abscesso cerebral, desencadeando instabilidade hemodinâmica com severa hipertensão pulmonar. Conclusão: Pautando-se na natural fragilidade e especificidade do manejo pediátrico é possível concluir a importância do diagnóstico precoce de tal condição além da suma necessidade do conhecimento de cardiopatias congênitas pelos profissionais anestesiologistas.

Biografia do Autor

Cristal de Carvalho Mostacada de Souza Rocha, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Autor, Medicina, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

Bruna Sheraichi Benetti, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

 Coautor, Medicina, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. 

Maria Laura Guiraldelo Pasqualotto, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Coautor, Medicina, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

Lilia Kazumi Miyahira, Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande

Coautor, Residência em Anestesiologia, Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande.

Eduardo Brandt Nunes, Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande

 Orientador, Médico Preceptor, Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande.

Referências

Lopes L, Silva J, Fonseca L; et al. Truncus arteriosus operado aos 28 anos: importância do diagnóstico diferencial. . ArqBrasCardiol, 2021

Correia P, Moreira A, Ramos J; et al. Anesthesia for correction of cyanotic congenital heart disease in an infant with pulmonary arterial hypertension after COVID-19. Rio de Janeiro, Brasil, 2022

American Heart Association. Guidelines Update for Cardiopulmonary. Resuscitation and Emergency Cardiovascular. Care. Circulation. 2015

Publicado

2024-07-25

Como Citar

Rocha, C. de C. M. de S., Benetti, B. S., Pasqualotto, M. L. G., Miyahira, L. K., & Nunes, E. B. (2024). MANEJO ANESTÉSICO PEDIÁTRICO EM PACIENTE COM DIAGNÓSTICO TARDIO DE CARDIOPATIA CONGÊNITA COM HIPERTENSÃO PULMONAR SEVERA PARA DRENAGEM DE ABSCESSO CEREBRAL. ANAIS DO III JORMED, 1. Recuperado de https://anaisonline.uems.br/index.php/jormed/article/view/9731

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