DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DA ESCLEROSE SISTÊMICA

Autores

  • Melissa Wohnrath Bianchi Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
  • Daniel Lucas Lopes Freitas Villalba Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
  • Priscilla Xavier de Assis Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
  • Pedro Henrique de Souza Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
  • Andressa Higa Shinzato Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Palavras-chave:

Esclerose sistêmica, doença pulmonar intersticial, reumatologia

Resumo

Introdução: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune do tecido conjuntivo de etiologia desconhecida, caracterizada pela esclerose (fibrose), que afeta a pele, vasos sanguíneos e órgãos internos. O envolvimento pulmonar ocorre em cerca de 80% dos pacientes, e associa-se à maior morbimortalidade, sendo a fibrose pulmonar intersticial a mais comum. Dessa forma, a identificação precoce dessa condição torna-se crucial, prevenindo sintomas incapacitantes e complicações. Objetivo: Relatar um caso de ES com alterações pulmonares e dermatológicas. Descrição do caso: Mulher M.E.S, 69 anos, iniciou há 2 meses tosse e dispneia aos moderados esforços. Realizada tomografia computadorizada (TC) de tórax que evidenciou focos de atenuação em vidro fosco bilaterais. Descartadas etiologias infecciosas e devido queixas articulares em mãos, foi encaminhada ao reumatologista. Ao exame físico, apresentava “puffy fingers”, fenômeno de Raynaud e telangiectasias em face e dedos das mãos.  Realizados exames laboratoriais que evidenciaram: Fator Reumatoide positivo 17,1 UI/ml (Valor de referência < 14 UI/ml), FAN nuclear pontilhado fino 1/1280 e nuclear centromérico 1/5120, Anti-DNA e Anti-ENA negativos e anticentrômero reagente 1/5120. Realizada espirometria sem alterações e capilaroscopia periungueal com padrão SD. Foi estabelecido o diagnóstico de ES e iniciado tratamento imunossupressor. Realizada nova TC de tórax com mínimas alterações intersticiais menos relevantes que no exame anterior. Paciente segue em acompanhamento com especialistas com programação de manutenção da imunossupressão por 5 anos. Discussão: Trata-se de um caso de ES com envolvimento cutâneo, articular e pulmonar cuja identificação de alterações em exame físico permitiu a melhor investigação e definição do quadro. Conclusão: O envolvimento intersticial pulmonar é a maior causa de óbito em pacientes com ES, por isso, o reconhecimento das manifestações clínicas torna-se fundamental para o seu correto diagnóstico e tratamento em fase mais precoce da doença, reduzindo assim o risco de complicações e melhorando o prognóstico do paciente. 

Biografia do Autor

Melissa Wohnrath Bianchi, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Autora, Medicina, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Daniel Lucas Lopes Freitas Villalba, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Coautor, médico residente de Clínica Médica no Hospital São Julião, formado pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Priscilla Xavier de Assis, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Coautor, Medicina, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Pedro Henrique de Souza, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Coautor, Medicina, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Andressa Higa Shinzato, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Orientadora, reumatologista e docente de medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Referências

Pontifex E.K., Hill C.L., Roberts-Thomson P. Risk factors for lung cancer in patients with scleroderma: a nested case-control study. Ann Rheum Dis. 2007.

Chifflot H. et al. Incidence and prevalence of systemic sclerosis: a systematic literature review. Semin Arthritis Rheum. 2008.

Travis W.D. et al. An official American Thoracic Society/European Respiratory Society statement: Update of the international multidisciplinary classification of the idiopathic interstitial pneumonias. Am J Respir Crit Care Med. 2013.

Publicado

2024-07-25

Como Citar

Bianchi, M. W., Villalba, D. L. L. F., de Assis, P. X., de Souza, P. H., & Shinzato, A. H. (2024). DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DA ESCLEROSE SISTÊMICA. ANAIS DO III JORMED, 1. Recuperado de https://anaisonline.uems.br/index.php/jormed/article/view/9711

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