A DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO LIRISMO AFRODESCENDENTE DE JAMU MINKA
Resumo
Escrever como forma de resistência é uma das estratégias que os poetas afro-brasileiros utilizam para sobreviver a um mercado editorial que os ignora. Nosso trabalho busca dar visibilidade à produção de um autor que escreve e permanece à margem do grande público. Carlos de Andrade, mais conhecido pelo pseudônimo Jamu Minka, é jornalista formado pela ECA-USP, sua obra, de grande expressividade na literatura afro-brasileira, é marcada pelo engajamento político, pelo combate às desigualdades sociais e pelo empenho na afirmação de uma identidade negra. Essa identidade construída, de acordo com Hall (2005), na luta cotidiana contra o preconceito e a afirmação do papel da cultura africana na formação da cultura brasileira. O poeta constrói imagens poéticas que expõem os elementos que ligam sua poeticidade com a de outros poetas afrodescendentes, esta construção coletiva, nos remete aos estudos de memória coletiva (HALBWACHS, 2004). Segundo o pesquisador, a memória coletiva é preservada nos grupos sociais e pode ser evocada, garantindo o sentimento de coletividade. Pesquisar sua obra e analisar os contextos desta produção nos propiciou não apenas conhecimento, mas partilhar da experiência desse sujeito que se recusa ao silenciamento. Analisamos a obra do autor intitulada Teclas de ébano, publicada em 1986, pela editora do Quilombhoje. A produção poética do escritor é comprometida com sua visão política, em seus poemas encontramos a denúncia da condição de ser negro no Brasil. Sua linguagem direta, econômica, contundente, composta em versos curtos, mas objetivos e de alta expressividade poética, marcam uma produção que merece ser destacada.Publicado
2015-02-24
Como Citar
Silva, C. S., & Mendes, A. C. D. (2015). A DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO LIRISMO AFRODESCENDENTE DE JAMU MINKA. ANAIS DO ENIC, (6). Recuperado de https://anaisonline.uems.br/index.php/enic/article/view/2218
Edição
Seção
LINGUÍSTICA LETRAS E ARTES