CERCEAMENTO E ESPAÇO FÍSICO, PROBLEMÁTICAS ESCOLARES E SUAS REVERBERAÇÕES NAS PRÁTICAS NAS AULAS DE ARTE
Palabras clave:
Jogos teatrais, PIBID, Arte na educaçãoResumen
Neste texto iremos trabalhar a partir das nossas experiências como acadêmicos(as) de Licenciatura em Teatro da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) vinculados ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) na disciplina de Arte na Escola Municipal João de Paula Ribeiro. A escola tem como função garantir o desenvolvimento de habilidades e valores sociais; a partir disso, a instituição precisa propiciar uma base organizada para ser um ambiente seguro de experimentação, discussão e de descoberta de outras perspectivas, para que as habilidades socioemocionais dos alunos se desenvolvam. Observamos que algumas escolas, a partir das figuras de maior autoridade, endossam um comportamento de padronização dos corpos, que barra a singularidade dos alunos em seu período sensível de desenvolvimento. Pretendemos com esse texto relatar problemáticas que atravessam o cotidiano escolar, refletindo sobre como esse sistema não libertador interfere no processo de ensino-aprendizagem (especificamente no ensino de Teatro), alterando uma prática dentro do espaço educacional que deveria ser o ambiente para proporcionar e potencializar uma vivência libertadora (FREIRE, 1987) para alunos, para que esses tenham segurança em realizar uma prática consistente e real. Outro ponto observado é a estrutura escolar: o espaço em que esses alunos são inseridos também ajuda a fortalecer essa repressão e cerceamento. A escola em que realizamos o PIBID, por exemplo, tem uma estrutura reduzida, com salas pequenas, comportando quase 40 alunos sufocados com a falta de espaço, o que fortalece uma influência física e humana baseada nesse sufocamento. Quando nos encontramos com os alunos do Primeiro e Segundo anos do Ensino Fundamental, crianças de seis a sete anos, percebemos que são diretamente afetados por situações como a falta de atenção e interesse, pois a nossa presença como estagiários inseridos na rotina deles e da comunidade escolar, é dificultada por termos um enontro por semana com cada turma, visto que, criar vínculos afetivos é extremamente importante nessa idade - não podemos esquecer que esses alunos acabaram de fazer a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, tendo sua rotina bruscamente mudada, assim como a forma de organização da sala de aula e os momentos de socialização reduzidos. Como futuros artistas-docentes, buscamos desenvolver uma forma de educar que utilize dessa “dispersão” para trabalhar a criatividade com os alunos. No campo da Arte, especificamente o Teatro, o desenvolvimento de habilidades e competências se relaciona com o corpo do aluno, ajudando-o a entender a importância que suas percepções, experimentações e vivências possuem, mas ainda nos deparamos com aqueles alunos que, por medo de errar, com medo de uma certa repressão, não se deixam ao menos tentar. Dessa forma, buscamos técnicas que tornem as aulas menos repressoras, nos tornando acadêmicos preocupados em construir novos caminhos. Ao prepararmos nossas aulas, esperamos desenvolver algumas habilidades que serão alcançadas com os jogos teatrais (KOUDELA, 2001) como potencializadores para uma prática crítica, reflexiva e corporal, como ponto de partida para uma educação da Arte que liberte a criatividade.
Citas
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