LABORATÓRIO DE ANATOMIA ANIMAL COMO FERRAMENTA DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Palavras-chave:
FIXAÇÃO, GLICERINAÇÃO, PEÇAS ANATÔMICASResumo
A prática em aulas de anatomia animal proporciona aos alunos compreensão detalhada dos aspectos tridimensionais, texturas, tamanhos e colorações dos materiais. Para isso, são utilizadas peças anatômicas naturais, podendo ser sistemas completos ou partes, que utilizam diversas formas de conservação, para evitar a deterioração dos tecidos e manter a morfologia e características das peças o mais idêntico aos dos animais vivos. Apesar de sua toxicidade, o formol é usado comumente como fixador e conservante nos laboratórios de anatomia animal. Logo, este trabalho avaliou as capacidades de fixação entre o método comum, sendo a utilização de formaldeído, e a fixação com o processo de glicerinação, assim, visando a viabilidade desses métodos para conservação dos materiais anatômicos no momento de estudo da anatomia animal. Foram utilizadas neste trabalho vísceras de suínos, bovinos, ovinos, aves e ademais, sendo: estômagos, rins, pulmões, cabeças, sistemas reprodutores, digestórios etc. Para chegarmos a glicerinação, os órgãos passaram por alguns procedimentos. Primeiramente, antes de serem submetidas a qualquer solução, as vísceras passaram por limpeza, para se retirar materiais indesejáveis agregados, e posteriormente lavadas. Após isso, iniciou-se a primeira etapa, denominada de pré-fixação. Nesta etapa as peças ficaram submersas em formol 10% num período de 48h, onde se necessário, ocorre a injeção direta. Passados os dois dias, os materiais passavam a ser submersos em álcool etílico 70%, compreendendo o segundo passo (desidratação), do processo de glicerinação, tendo a duração de sete dias. A etapa de clareamento fez-se necessária em órgãos com colorações escuras, não sendo aplicada em peças claras naturalmente. Neste procedimento foi utilizado peróxido de hidrogênio sobre as vísceras, com período de ação de sete dias. A última fase foi composta pela submersão dos órgãos em glicerina (diluída em álcool etílico 70%) por duas semanas (15 dias). Para a finalização do processo de fixação em glicerina, as peças foram alocadas em bandejas de fundo raso e devidamente isoladas. A glicerinação se mostrou efetivamente viável em relação ao uso de formaldeído, pois o uso das peças glicerinadas demonstrou maior facilidade na dinâmica das aulas práticas e maior interesse pelos alunos, uma vez que é menos abrasiva que as peças fixadas em formol. Outrossim, devido a sua baixa toxicidade e por proporcionar um melhor acondicionamento das peças. No entanto, as peças apresentaram uma coloração mais amarelada, devido ao uso da glicerina. Ademais, observou-se que as peças glicerinadas carecem de manutenção após um período de 6 a 7 meses, pois, apresentaram ressecamento e endurecimento devido seu condicionamento não ser de maneira submersa. Logo, fica evidente que a implementação definitivamente de peças glicerinadas na rotina acadêmica é uma importante ferramenta de ensino aprendizagem, pois possibilita fácil condicionamento, manipulação em aulas práticas, oferece aos estudantes as características morfológicas o mais próximo do natural e evita complicações respiratórias aos técnicos, discentes e docentes.
Referências
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