EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM BONITO/MS: LIMITES E POSSIBILIDADES
Abstract
Este resumo apresenta os resultados parciais de um estudo desenvolvido durante uma Atividade Complementar de Ensino (ACE), realizada com os estudantes dos Cursos de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas (UEMS/Ivinhema), no município de Bonito/MS, em maio deste ano. Participaram desta atividade, 05 docentes de diferentes disciplinas e 34 estudantes. Durante as 40 horas de atividades, os estudantes foram divididos em grupos e cada grupo foi liderado por um dos docentes que orientou as atividades de acordo com sua área de atuação/pesquisa. Os resultados ora apresentados foram obtidos pelo grupo que trabalhou com Educação Ambiental (EA). Identificar os limites e as possibilidades de ações educativas em alguns dos ambientes visitados, como a Usina de Tratamento de Resíduos (UTR) e o Aterro Controlado Municipal. O estudo desenvolvido foi de cunho qualitativo. Foram utilizados os seguintes instrumentos de coleta de dados: observação e anotações em cadernos de campo; registros fotográficos; conversas com técnicos de meio ambiente do município. Durante a visita realizada à UTR e ao Aterro Controlado, conhecemos um pouco das ações do município com relação aos resíduos sólidos. A coleta seletiva existe, com o projeto “Recicla Bonito”, mas atinge apenas 50% da população e 90% dos grandes produtores (comércio). Na UTR, observamos o processo de recepção, triagem e destinação dos materiais recicláveis, além das composteiras, construídas para uma destinação mais adequada do material orgânico que chega de forma indevida. Em conversa com os técnicos, percebemos que a coleta seletiva ainda apresenta grandes entraves e, de acordo com eles, isso se deve, principalmente, pela baixa adesão da população ao projeto. Ao questioná-los sobre a existência de ações de EA, nos informaram que, inicialmente, estas eram desenvolvidas nas escolas, mas que atualmente este trabalho não existe. Na visita ao Aterro Controlado, outro problema identificado: este vem sendo utilizado há mais de 35 anos e os próprios técnicos reconheceram que este deveria ser provisório e, que, a melhor opção seria a construção de um aterro sanitário. Os resíduos chegam por meio de veículos do poder público, mas também por particulares que, muitas vezes, despejam-nos em locais indevidos. Interessante também é o fato da área de entorno ser considerada uma Área de Proteção Ambiental (APA) apesar de estar, aparentemente, bastante degradada. Entre os limites no trabalho com a EA, destaca-se a baixa adesão da população ao Projeto “Recicla Bonito” e, de acordo com os dados coletados, pode-se inferir que isso se dá principalmente pela ausência de um programa mais eficaz e contínuo junto à população. Assim, entendemos que uma das possibilidades seria o seu desenvolvimento nas escolas de educação básica, o que atenderia, inclusive, as reivindicações das políticas públicas de EA.