SER, TÃO & I SÓ LAMENTO: O SERTÃO, A CENA E O ISOLAMENTO EM DIÁLOGO ARTÍSTICO COM AUDIOVISUAL E TEATRO
Resumo
Este trabalho é um diálogo reflexivo e visual do vídeo cênico e documental Ser, Tão & I só lamento que compõe o projeto ‘SerTãoVida em cena: em busca de um solo poético caipira e sertanejo’, que vem sendo desenvolvido no programa de Pós-Graduação em Artes da Cena (PPGAC) e nos respectivos espaços acadêmicos da Universidade Federal de Goiás (UFG): Laboratório de Montagens Cênicas e Teatro Educação (LabMonTe); Laboratório de Criação de Figurinos, Acervo de Indumentárias e Ateliê de Costura (LabCriaa), ambos pertencentes à Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC/UFG); e Laboratório de Pesquisa Interdisciplinar em Artes da Cena (Lapiac) da Faculdade de Educação Física e Dança (FEFD/UFG). Este trabalho é fruto experimental da disciplina de ‘Processos contemporâneos de montagem cênica’ (PPGAC/EMAC), ofertada extraordinariamente no formato remoto, por conta da pandemia. A proposta estética e poética, baseada num diálogo entre os princípios teatrais e audiovisuais, foi fundamentada na busca e descoberta de diversos sertões: distantes, desérticos e isolados; e da proposital relação com a cultura e identidade caipira e sertaneja. No meio destes espaços físicos, imagéticos, subjetivos, íntimos e sensíveis, foram experimentadas e produzidas cenas-live (proposta que sintetiza o diálogo cênico do ficcional com o privado), que dialogavam com a atualidade social, cultural e política vivenciada no Brasil e no mundo. Objetivou-se retratar o distanciamento social em meio à pandemia, deixando explícito este novo hábito diário e de sobrevivência, como gerador da relação doméstica com o só, que dialoga tanto com a solidão, quanto com a solitude; aspectos presentes na cultura e no imaginário caipira e sertanejo. O processo criativo se desenvolveu por meio das experimentações do ator (também autor deste trabalho) em isolamento social, que buscou encontrar drama em seu cotidiano, trabalhando na repetição e solilóquio de seus projetos e sonhos de meses atrás, a ressignificação de expectativa em lamento, ação esta, presente na arte e poesia caipira e sertaneja. Desta forma, o isolamento como sertão, e como momento de repensar o ‘ser’, impôs o tão sofrido e necessário encontro com nós mesmos, prática importante no ofício do ator. Este vídeo cênico e documental colaborou no processo investigativo e artístico que se encontra em finalização, no que tange o aprofundamento e conceituação da ‘atmosfera dos sertões’. Do mesmo modo que, provocou novos questionamentos acerca de outras alternativas artísticas, que influenciam novas possibilidades estéticas, como as experimentadas por obrigação do fazer criativo neste momento fatídico atual de pandemia, isolamento social e de luta pela sobrevivência na vida-arte.
Palavras-chaves: Sertão. Cena. Isolamento. Audiovisual. Processo criativo.
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