PELO DIREITO DE LIQUIDIFICAR: REFLEXÕES SOBRE ANTROPOFAGIA NAS MÚSICAS DO GRUPO PURO SUCO

Resumo

Partindo da literatura comparada, assumindo a postura que a literatura se faz no diálogo constante de diversos textos, este trabalho se propõe a refletir sobre a antropofagia de Oswald de Andrade presente nas letras de rap do grupo Puro Suco, um grupo formado por três integrantes, Murica; Prs, O Peres e MK (BEATDOMK). Na onda do rítmo e poesia, o grupo brasiliense Puro Suco se apresenta como um grupo de produção independente que canta nas ruas da Ceilândia, bairro considerado periferia de Brasília, uma ode aos brasileiros. De forma exploratória, busca-se informar sobre o assunto através da leitura de escritores que são referência nesse tema, como o próprio Oswald de Andrade (2017), Silviano Santiago (2000) e outros pesquisadores que já falaram sobre o rap nacional. Também, por meio da leitura de letras de músicas, documentários, podcasts, entrevistas e materiais audiovisuais do grupo Puro Suco. Em ponto de partida, a investigação se focará no grupo de rap Puro Suco e como objeto final a análise da música “brasileiro” lançada pelo grupo em 2021. O grupo é conhecido pelo slogan “Puro suco: música de liquidificador” e flerta constantemente com os movimentos antropofágicos e tropicalistas, deixando evidências de suas leituras em diversas de suas músicas, não só como grupo, mas também em suas carreiras individuais. Assume-se também a postura de conceber o rap um gênero intermídia, que une musicalidade, poesia e performance. Além disso, reforça a ideia do rap como um movimento cultural que expressa não só as angústias individuais, como também, as realidades e reivindicações de uma comunidade.

Palavras-chaves: Antropofagia. Puro Suco. Rap nacional. Literatura comparada.