CONFIGURAÇÕES DO EROTISMO NO ROMANCE À BEIRA DO CORPO, DE WALMIR AYALA
Resumo
O presente trabalho objetiva analisar alguns aspectos da configuração do erotismo no romance À beira do corpo (1964), do escritor gaúcho Walmir Ayala (1933-1991). Partindo das considerações teóricas de Georges Bataille acerca do erotismo, intentamos destacar duas formas de erotismo presentes no romance, a saber: o “erotismo dos corpos” e o “erotismo do coração”. Da mesma forma, algumas teses de Jean-Luc Nancy sobre o “corpo morto” e o “corpo de prazer” também serão consultadas. Para realizar esse trabalho, levantamos a seguinte hipótese de leitura: o corpo é o personagem central nesse romance e como tal é o responsável pela irrupção do erotismo. Ao passear sobre um corpo morto, uma das instâncias narradoras, encarnada na figura de um verme, reconstitui a história daquele corpo, traçando, assim, um itinerário que faz vir à tona um “corpo de prazer”. A existência desse corpo de prazer é a principal razão para a existência de uma série de tensões que abalam a ordem social. Pois essa ordem se equilibra em valores morais que visam a repressão e/ou dissimulação do desejo. Como se trata de um excesso de energia improdutiva, posto que é um desvio da atividade reprodutiva do homem, o erotismo entra em choque com o ordenamento social baseado no controle sobre os corpos e na condenação do desejo. A ruptura dessa ordem no romance condena aqueles que o fazem a um desfecho trágico. Em tempo, intenta-se, ainda nesse trabalho, colaborar com o aumento da fortuna crítica acerca da obra de Walmir Ayala, bem como sobre os estudos literários acerca do erotismo.
Palavras-chave: Erotismo. À beira do corpo. Violência. Corpo. Desejo.
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