EDUCAÇÃO NÃO- FORMAL EM AMBIENTE FORMAL: APLICAÇÃO DE MOSTRAS EM AMBIENTES ESCOLARES SOBRE PROCESSOS HISTÓRICOS DO DESENVOLVIMENTO DO MATO GROSSO DO SUL
Resumo
O objetivo do trabalho foi de focar processos de educação não formal, enfatizando o processo histórico e cultural das cidades Gêmeas, para as escolas públicas de educação básica do município de Ponta Porã-MS com intuito de confrontar conhecimentos advindos da educação formal. Para tanto foi escolhido o processo histórico da Guerra Guasú no qual foi realizado um levantamento científico com base em cartografia histórica e documental. A partir desses documentos podem-se criar dúvidas sobre as causas do conflito contrapondo a historiografia brasileira que atualmente é ensinada nas escolas da região. A Guerra Guasú teve movimentação de tropas terrestres que partiram de Potreiro Capivari, território onde hoje se situam as cidades de Pedro Juan Caballero e a cidade brasileira de Ponta Porã, para atacar a Colônia de Dourados, nas proximidades da atual cidade brasileira de Antônio João, em Mato Grosso do Sul. Isso mostra a importância do conflito na configuração histórica da região. Foi aplicada uma ação de extensão, com mostras cartográficas no local conhecido como “Turista Roga” aberto para visitação pública e das escolas, tanto paraguaias como brasileiras. Portanto, o objetivo foi alcançado por atingir escolas públicas brasileiras, mas também foi ampliado por atuar junto a um público que inicialmente não fazia parte do programado. Pode-se verificar que informações importantes foram passadas para o público presente, das quais não tinham conhecimento, como por exemplo, a percepção do espaço territorial pertencente ao Paraguai e do espaço territorial Brasileiro, do período anterior a Guerra Guasú. Com relação ao Paraguai as pessoas que visitaram perceberam que o território Paraguaio não tinha a região do Chaco, mas detinha uma porção territorial grande do atual Mato Grosso do Sul, que ia até o atual Rio Ivinhema, que anteriormente mudava de nome para Rio Igurey. No último tratado de limites entre Portugal e Espanha, o Tratado de San Idelfonso, os limites de terras do Império Português e Espanhol obedeciam aos limites acima citados, e as cartografias posteriores do Império Brasileiro traziam essas mesmas delimitações. Também mapas franceses datados próximos à grande guerra mostram essas mesmas fronteiras. Conclui-se com isso, que a historiografia brasileira, que aponta uma invasão do Paraguai ao território brasileiro, pode estar baseada em preceitos errôneos objetivando, talvez, não dar ao Brasil uma posição de agressor, mas de defensor. Essa percepção também foi expressa de forma semelhante pelo público que compareceu ao local.