POPULARIZANDO A ASTRONOMIA POR MEIO DA CONFECÇÃO DE CARTAS CELESTES E SUA DISTRIBUIÇÃO
Resumo
A astronomia buscou compreender os movimentos dos astros e permitiu que associássemos a estes, datas e épocas importantes para produzir e reproduzir a vida. Épocas de plantio, colheita, início das estações do ano, caça, seca e cheia foram definidos por configurações específicas do céu, noturno e diurno. São muitas as razões para divulgar Astronomia: forte presença na cultura e cotidiano; capacidade para promover maior compreensão do Universo, da Terra e da humanidade; etc. Dentre as práticas utilizadas para a sua popularização estão os meios de comunicação, por materiais impressos ou digitais. No caso de materiais digitais, páginas na internet e redes sociais contribuem para enriquecer o conhecimento daqueles que só podem frequentar esporadicamente a sessões de planetário e observações do céu com telescópios. Portanto, elaboramos Cartas Celestes mensais para a latitude da cidade de Dourados e as disponibilizamos nas ações públicas de observação do céu do Projeto Saturno a fim de contribuir para a cultura científica da região. Foram realizados, de julho a outubro de 2018, encontros semanais para levantamento de softwares e aplicativos de confecção de cartas celestes, estudo e desenvolvimento das mesmas. As atividades na cidade de Dourados com uso das cartas celestes foram: Feira de Ciências da E. E. Vilmar Vieira Matos, 4 e 5 de setembro de 2018; treinamento de 8 alunos do programa Pibic Jr da E. E. Vilmar Vieira Matos em identificação do céu em 30 de agosto de 2018; Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), de 15 a 21 de outubro, nos parques Rego d’água e Antenor Martins. Outras atividades foram desenvolvidas sem o uso impresso de cartas celestes, como a ação no SESC Campo Grande, de 25 a 28 de julho de 2018, para tanto foi utilizado somente um laser de alta potência para o apontamento das principais constelações e estrelas. Considerando limites e possibilidades às nossas ações, identificamos como principal limite o pequeno recurso financeiro para impressão das cartas celestes, o que nos levou a utilizar estratégias como: informar ao público sobre os aplicativos gratuitos de identificação do céu, como heavens above, carta celeste, stary night, e ao desenvolvimento de página na internt para socializar conhecimentos sobre astronomia, o Projeto Saturno e disponibilizar mensalmente carta celeste para Dourados. Como possibilidades, as ações com as cartas permitiram ao público aproveitar mais a observação do céu à vista desarmada, aumentando o tempo de permanência e possibilitando melhor explicação sobre conceitos como esfera celeste, movimentos de rotação e translação da Terra que têm como consequência a modificação do céu noturno a curto e longo prazos. Notamos que, a compreensão destas consequências, principalmente sobre o céu das estações do ano, causava espanto e uma perplexidade eufórica, pois era algo não notado até o momento. Assim, podíamos estreitar mais o diálogo, a fim de ajuda-los a identificar as constelações visíveis para que pudessem fazê-lo sem nossa ajuda em observações futuras. A partir do interesse conversávamos sobre as relações céu e terra e incentivávamos o público a construir suas próprias, foram lembradas festas na cidade, costumes já esquecidos, nomes de constelações ditas pelos avós ou pessoas mais velhas da família e a busca por construir uma ou mais constelações próprias para essas relações.