OJAPO TAPE OGUATA HINA: SE FAZ CAMINHO AO ANDAR. PRODUZINDO DIÁLOGOS A PARTIR DE VIVÊNCIAS DE LUTA
Resumo
A comunicação pretende apresentar as ações desenvolvidas no contexto do Programa de extensão “Ojapo tape oguatá hina. Se faz caminho ao andar”, vinculado à Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, UEMS, Curso de Ciências Sociais, Unidade de Amambai, contemplado com recursos do PROEXT/MEC – 2015 e desenvolvido no período de 2017 a 2019. As ações visam promover a formação de professores e professoras guarani e kaiowá nas temáticas de gênero, entendendo essa categoria como uma abordagem útil para a compreensão da violência contra as mulheres. Da mesma forma, parte importante das ações foram direcionadas para o fortalecimento do movimento de mulheres kaiowá e guarani. Significativa, também, foi a possibilidade de vincular estudantes kaiowá e guarani e estudantes não indígenas às ações e, através das bolsas, favorecer a permanência delas e deles na universidade. Os bolsistas do Programa desenvolveram ações a respeito de direitos e gênero, abrangendo especialmente jovens da aldeia Amambai, localizada no município de Amambai, MS. Eles e elas executaram ações junto a grupos de jovens e redes de familiares na Aldeia Amambai, junto a órgão públicos, como a Secretaria de Assistência Social de Amambai, MS, acompanharam reuniões e formações, participaram de oficina de bonecos e encenação de teatro, participaram e contribuíram na organização de eventos, inscreveram e apresentaram trabalhos em eventos, realizaram levantamento de dados a respeito de direitos e políticas públicas para mulheres. Através do Programa, produziu-se um documentário, denominado Kuña reko: mulheres Kaiowá e Guarani, que reflete a luta das mulheres kaiowá e guarani por direitos, suas socialidades e modos de vida. As discussões ensejadas pelas ações constituem pautas em uma unidade de ensino superior que recebe, em seus dois cursos, cerca de cinquenta por cento de estudantes kaiowá e guarani. Da mesma forma, favoreceu a interlocução entre docentes e discentes da UEMS com lideranças políticas e religiosas nas Aldeias, especialmente a Aldeia Amambai. É importante destacar a forte relação entre ensino, pesquisa e extensão estabelecida nas ações.