BEM-ESTAR EM RELAÇÃO À EFICIÊNCIA DE INSENSIBILIZAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE

Autores

  • Letícia Scarelli Rodrigues da Cunha
  • Loraine Escobar
  • Hugo Pereira Flores
  • Cleiton José Piazzon
  • Dalton Mendes de Oliveira

Resumo

Para obtenção de produtos de origem animal de melhor qualidade, bem como para a manutenção do bem-estar dos mesmos, foram desenvolvidas recomendações para as práticas de insensibilização, cuja intenção é fazer com que os animais fiquem inconscientes, sem dor ou aflição. Devido às falhas existentes neste processo, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a insensibilização de bovinos de corte, em planta frigorífica localizada em Aquidauana-MS, antes e após treinamento efetuado com funcionários cujas funções estavam relacionadas à insensibilização. A avaliação foi feita através da quantificação de disparos necessários para o atordoamento e a mensuração da distância compreendida entre o local do disparo efetuado e o ponto ideal para insensibilização, utilizando de transparência plástica contendo círculos de 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14 e 16 cm de diâmetro, sendo o local ideal um ponto ao centro do círculo de 2 cm de diâmetro, sobreposta ao crânio do animal. O treinamento foi definido como: um conjunto de práticas dirigidas aos funcionários durante o ato de insensibilização dos animais, bem como embasamento teórico sobre o atordoamento ideal e as consequências de maus atos nesta fase do abate. Vale ressaltar que, antes do treinamento, as avaliações foram realizadas com o uso de 268 bovinos de corte não diferidos por classe sexual e, após o treinamento, utilizou-se de 260 bovinos nas mesmas condições. Com as avaliações realizadas antes do treinamento, ou seja, antes da capacitação dos funcionários, pôde-se observar que apenas 22,4% dos animais foram insensibilizados com apenas um disparo, sendo que a grande maioria necessitou de pelo menos dois ou três disparos para a completa insensibilização, havendo casos de até mesmo quatro e cinco disparos por animal. Além disso, o disparo efetuado no ponto ideal ocorreu apenas em 42 dos 268 animais e, na maioria dos casos a distância entre o disparo e o ponto ideal foi de 4 a 6 cm. Após a capacitação dos funcionários via treinamento, observou-se elevado aumento na porcentagem de animais insensibilizados com apenas um disparo, passando de 22,4% para 80,77%, e consequente redução no número de animais insensibilizados com o uso de dois ou três disparos, além do fato de que não foi observada nenhuma ocorrência de animais insensibilizados com mais de três disparos. Com isso, a média de disparos por animal reduziu de 2,15 para 1,20/animal. O número de acertos também se elevou, onde antes se computou apenas 42 ocorrências em 268 animais, após o treinamento, observou-se 55 acertos em 260 animais. Com isso, conclui-se que o treinamento com funcionários acerca das técnicas ideais de insensibilização foi eficiente, uma vez que contribuiu com a melhora na eficiência de atordoamento e, consequentemente, na concessão de benefícios ao bem-estar dos animais.

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Publicado

2019-05-31

Como Citar

Cunha, L. S. R. da, Escobar, L., Flores, H. P., Piazzon, C. J., & Oliveira, D. M. de. (2019). BEM-ESTAR EM RELAÇÃO À EFICIÊNCIA DE INSENSIBILIZAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE. ANAIS DO SEMEX, (11). Recuperado de https://anaisonline.uems.br/index.php/semex/article/view/5582

Edição

Seção

TECNOLOGIA E PRODUÇÃO

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