A PROSTITUIÇÃO FEMININA E O DIREITO: SE ACASO ME QUISERES, SOU DESSAS MULHERES QUE SÓ DIZEM SIM?

Autores

  • Roberta Carreira Trazzi
  • Isael José Santana

Resumo

O presente projeto de extensão teve, como público-alvo, prostitutas mulheres, cisgênero e transgênero, com enfoque nas garotas de programa de baixa renda. Tais mulheres encontram-se em uma alarmante realidade social, cultural e humana. Dentro da diversidade do universo da prostituição, as mulheres (cis e trans) de baixa renda sofrem mais os preconceitos da sociedade, são mais desvalorizadas, tem menos acesso à saúde e a educação. Os estudos sobre Direito, feminismo e gênero são essenciais fontes de conhecimentos que deveriam ser levadas a tais mulheres, para seu “empoderamento”,em nome de uma melhora de situação de vulnerabilidade perante a sociedade preconceituosa. Dessa forma, o projeto teve o objetivo de levar conhecimentos básicos sobre o feminismo, a questão do gênero, os direitos das mulheres, para as prostitutas de baixa renda. Esperou-se através de encontros realizados em Paranaíba com as profissionais do sexo estabelecer sororidade, mostrar a elas seu poder, sua condição feminina, através de conversas, troca de vivências, transmissão de conhecimentos em forma de cartilhas e explicações. Esperou-se, principalmente, contribuir para a dignidade da mulher, sua emancipação feminina e contribuir para que a sociedade respeite as mulheres que tornaram-se, suas liberdades, suas decisões e seu poder de autodeterminação. Pode-se concluir com o projeto que o público-alvo são vítimas de graus de preconceito e exclusão em razão de além de serem prostitutas, por seu gênero, sua raça e sua classe social. E, a educação é transformadora da nossa realidade social, um dos pilares mais importantes. Os conhecimentos sobre direitos das mulheres, sobre feminismo e gênero foram empoderadores para tais. Para a inserção do público-alvo na sociedade, no entendimento das transformações sociais, do entendimento de suas realidades sociais, na demonstração de direito a melhores condições de vida, na conscientização de seus direitos positivados e dos que podem ser buscados. Para a contribuição da desigualdade de gênero, da união entre as mulheres, para a diminuição de todos os tipos de violência que tais mulheres sofrem e da contribuição para a conscientização da sociedade como um todo, para a construção de um mundo com menos preconceitos, menos violência, menos sexista, machista, racista, transfóbico. Pode-se perceber uma total falta de conhecimentos sobre os direitos das mulheres, feminismo e gênero. E, como reflexo da sociedade, da falta de meios para o conhecimento, da exclusão social, foram percebidos conceitos distorcidos sobre o feminismo, sua importância e aplicação. Nas trocas de vivências, ensinamentos de conceitos básicos, tratamento com sororidade conseguiu-se levar os conhecimentos, empoderar tais mulheres, que ficaram deslumbradas em descobrir seu '‘poder’' na sociedade e a luta das mulheres. No entanto, a tarefa é árdua e longa. Projetos que busquem tratar a questão da mulher ser o segundo sexo em nossa sociedade são extremamente necessários, para a mudança de vida de algumas e da sociedade como um todo.

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Publicado

2019-04-11

Como Citar

Trazzi, R. C., & Santana, I. J. (2019). A PROSTITUIÇÃO FEMININA E O DIREITO: SE ACASO ME QUISERES, SOU DESSAS MULHERES QUE SÓ DIZEM SIM?. ANAIS DO SEMEX, (10). Recuperado de https://anaisonline.uems.br/index.php/semex/article/view/5370

Edição

Seção

DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA

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