A PRODUÇÃO IN VITRO DE EMBRIÕES DE GENÉTICA ESPECIALIZADA DA RAÇA GIROLANDO

Resumo

Atualmente o uso de biotecnologias da reprodução tem sido um instrumento fundamental para a maximização do potencial reprodutivo dos rebanhos leiteiros, permitindo também a seleção de animais de interesse zootécnico, logo é de grande interesse o papel do extensionista a fim de que tais tecnologias sejam levadas a nível de campo para melhor produção e satisfação do produtor. Nesse sentido, como objetivo geral do trabalho consta a produção de embriões de genética superior para alavancar a produção de leite do Mato Grosso do Sul. Para a realização deste, foram designados como objetivos específicos à produção in vitro de embriões bovinos da raça Girolando, a criopreservação de embriões bovinos e capacitação da mão de obra especializada em biotecnologias da reprodução. Para tal, foi realizada a coleta para obtenção dos Complexos Cumulus Oophorus (CCO´s) através de aspiração folicular guiada por ultrassonografia (OPU) de 12 vacas. Os CCO´s coletados foram rastreados e classificados e os considerados viáveis (grau 1, 2 e 3) foram levados a MIV por 24 horas. Em seguida foi realizada a FIV e para tal, foi utilizado sêmen congelado oriundo de touro da raça Girolando com fertilidade comprovada. O sêmen foi selecionado utilizando o gradiente Percoll® e adicionado às gotas de fecundação, as quais permaneceram por 18-22 horas em incubadora. Após esse período foi realizado CIV dos prováveis embriões por 7 dias. Os blastocistos de qualidade 1 foram vitrificados. Todas as etapas da PIVE foram realizadas em incubadora à 38,5ºC, atmosfera de 5% de CO2 e umidade saturada. Os embriões considerados viáveis foram transferidos à receptoras da raça Nelore submetidas a sincronização prévia do estro. Neste período foram realizadas 4 rotinas de OPU/PIVE, das quais apenas 1 produziu embriões viáveis. Desta foram obtidos 48 COC’s viáveis, gerando uma taxa de viabilidade de 96% (48/50), a taxa de clivagem foi de 78,7% (clivados/total) e de blastocistos no D7 de 21,2% (blastocistos/COCs), dos quais 4 foram transferidos à fresco e 3 vitrificados para posterior transferência. Nenhuma das receptoras emprenhou. Apesar das taxas de clivagem e viabilidade satisfatórias, a baixa taxa de blastocisto, inferior a média nacional de 30%, e a ausência de prenhez podem ser reflexos de características individuais das doadoras disponíveis. O número ainda pequeno de rotinas não permite conclusões específicas. Esses foram os primeiros resultados de prenhez de Produção in vitro de embriões do Laboratório de Biotecnologias da Reprodução Animal. O trabalho deste ano atingiu um dos seus grandes objetivos que era capacitação da mão-de-obra. O presente projeto será continuado para aumentar o número de embriões e prenhezes produzidos por essa técnica e dessa forma então atingir o grande objetivo que é disponibilizar material genético de maior qualidade para os produtores de leite da região.