O ENCONTRO DA MEMÓRIA INDIVIDUAL COM A MEMÓRIA COLETIVA EM AZUL CORVO DE ADRIANA LISBOA

Resumo

A pesquisa se baseia a partir da análise da obra Azul Corvo de Adriana Lisboa (2010), a qual será problematizada a relação do narrador com suas memórias individuais. Tais memórias, todavia, são permeadas pela memória coletiva, no que tange à ditadura militar brasileira. Para tanto, considera-se a hipótese do encontro da memória individual da narradora com a memória coletiva da personagem Fernando e vislumbra-se a possibilidade da personagem superar certos traumas do passado e enterrá-los por meio da escrita. Assim sendo, a história pode resultar em ficção, ao passo que a ficção nasceria permeada pela história. A pesquisa procura descrever e identificar a partir da narrativa da obra Azul Corvo de Adriana Lisboa, utilizando de teorias de Paul Ricoeur e Maria Jeanne Gagnebin, como a identidade do ser humano depende da memória para existir, assim como a necessidade do homem de narrar-se para se conhecer, compreender-se e enterrar seus traumas.  Dentro deste contexto procura-se mostrar como a memória é importante para o ser, pois, a partir de fatos passados, relacionados com os fatos presentes é possível vivenciar a experiência da alteridade. Essa pesquisa pode contribuir em relação à ideia que se tem de memória e sua função de demonstrar e transmitir o passado. Com efeito, um ser humano sem memória não se conhece e somente quando se depara com o passado é capaz de traçar novas perspectivas. Essa pesquisa utilizará, principalmente, a estratégia de revisão bibliográfica de caráter dedutivo com base nas teorias de Paul Ricouer e Jeane Marie Gagnebin a respeito da memória. Investigaremos, assim, a relação entre a memória individual e coletiva e quais os desdobramentos que este encontro ocasiona no sujeito. Com base nas leituras realizadas, até o momento, foi possível fazer um levantamento sobre as questões literárias, leituras críticas e o levantamento bibliográfico inicial. A partir dessas questões relevantes sobre a memória individual e coletiva para a formação individual do homem.