CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA HISTÓRICO CULTURAL PARA UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A QUESTÃO SOCIAL
Palavras-chave:
Pauperismo, Psicologia Histórico-Cultural, Questão Social, Políticas Públicas Sociais.Resumo
Este artigo tem como objetivo a partir de um estudo bibliográfico, superar a visão imediata acerca da questão social, analisando este tema como um processo histórico, que foi produzido e acentuado dentro da sociedade capitalista. Em que pese, a necessidade de compreender esta temática, como um processo, nos remete ao entendimento deste fenômeno como pertencente à própria estrutura da sociedade de classes, que desde meados do século XIX com a aceleração da industrialização houve um grande aumento das desigualdades entre o proletariado e a burguesia tendo como resultado a miséria e precarização da vida da classe trabalhadora. Neste período o pauperismo surge como um fenômeno novo, pois, a produção dos bens necessários à reprodução da vida atingiu o auge, pari passu as desigualdades crescentes. Conhecer está realidade é uma necessidade para a prática do profissional em psicologia, ao passo que a questão social, tradicionalmente tem sido ora naturalizada ou individualizada, revelando o fato de que, segundo estudos ao estudar o pauperismo a psicologia não trata este tema de maneira estrutural. Desse modo, os fundamentos filosóficos da Psicologia Histórico Cultural, pautados no Materialismo Histórico Dialético proporcionam subsídios para uma leitura da totalidade que supera as perspectivas que embasam a psicologia tradicional. Sobre esse prisma, para além de uma compreensão da realidade concreta, é possível apresentar algumas reflexões para a práxis do psicólogo frente à questão social, tendo em vista, a profissão cada vez mais imersa nas áreas de atuação das políticas públicas sociais, que tem como público alvo a população pauperizada. A atuação, em geral apresenta-se como um desafio para a prática tradicional, que ainda mantém um paradigma clínico individual, e, usualmente, um modelo quase médico de atuação, sendo este tipo de prática insuficiente para a compreensão da realidade concreta que se manifesta de forma dinâmica, bem como o distanciamento de possibilidades de superação do pauperismo.