RELAÇÕES DE PODER EM PRÁTICAS ESCOLARES HETERONORMATIVAS E O ESPAÇO DA DIVERSIDADE SEXUAL
Palavras-chave:
Escola. Relações de poder. Sexualidades. Discriminação.Resumo
A partir dos estudos de Foucault, observamos que os acontecimentos são dotados de infinitos dizeres, permeados de proibições e obrigações que assujeitam as pessoas a silenciar o enunciado que foge de normatividades. Em relação à sexualidade, os sujeitos convivem com regras que tendem a comportamentos que se acreditam alinhados aos papéis inscritos nos corpos; de tal forma que os meninos têm que agir do modo adequado ao comportamento masculino, e as meninas, da mesma forma, precisam ter um comportamento condizente com o papel feminino. Diante disso, pretende-se apresentar as relações de poder em práticas escolares calcadas na perspectiva heteronormativa; com isso, acredita-se que as sexualidades presentes em ambiente escolar convivem com o preconceito, uma vez que, ao definir comportamentos, as práticas escolares se adéquam a padrões essencialistas do corpo, desvinculando-se de uma perspectiva de sexualidade baseada na construção social. Nesse sentido, objetiva-se compreender, a partir de um pressuposto foucaultiano, como se dão a distribuição dos prazeres dos corpos e as tecnologias empreitadas (especialmente discursos e representações) pela escola para garantir a viabilidade do exercício do poder nos corpos dos sujeitos, prevendo, com isso, a impossibilidade de transgressão da norma e o distanciamento das sexualidades que se divergem daquilo que está normatizado. Há que se destacar, também, que devido a esse distanciamento os homossexuais, travestis e transexuais estão mais propícios a situações de riscos e vulnerabilidades, principalmente, em atitudes potenciais de homofobia e discriminação em ambiente escolar. Assim, também será buscado entender as expressões de sexualidades nas escolas, considerando a necessidade de revisão de práticas escolares baseadas na heteronormatividade.