ANÁLISE QUANTITATIVA DESCRITIVA DOS BIOMARCADORES PROGESTERONA,ESTROGÊNIO E HER II EM PACIENTES ONCOLÓGICOS DE MAMA EM CENTRO DE REFERÊNCIA DE CAMPO GRANDE-MS
Palavras-chave:
Neoplasias da mama, Biomarcadores Tumorais, Epidemiologia ClínicaResumo
Introdução: O câncer de mama é uma preocupação global de saúde pública, afetando milhões anualmente. A compreensão de sua complexidade e marcadores moleculares (progesterona, estrogênio, HER2 são cruciais para diagnóstico e escolha do tratamento adequado. Objetivo: Análise do perfil epidemiológico, dos tipos histológicos e dos marcadores imuno-histoquímicos. Metodologia: O estudo observacional transversal foi conduzido em Campo Grande-MS, com 144 pacientes submetidos à quimioterapia neoadjuvante para câncer de mama no Hospital do Câncer Alfredo Abrão entre janeiro de 2019 e junho de 2022. Incluiu participantes maiores de 18 anos, excluindo evasões ou prontuários incompletos. A coleta de dados, realizada de novembro de 2022 a março de 2023, foi aprovada pelo comitê de ética da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (CAEE:68598823.40000.8030). Utilizando prontuários, as informações demográficas, características do tumor e marcadores biomoleculares foram registrados e analisados numericamente para identificar tipos histológicos e perfis imuno-histoquímicos. Resultados: Foram analisados prontuários de 144 pacientes com idades entre 20 e 90 anos, concentrando-se principalmente entre 50 e 70 anos. O perfil histológico revelou predominância de CDI e CLI. Receptores de progesterona foram positivos em 85 pacientes (59%), enquanto 102 (71%) não apresentavam receptor estrogênio. O HER2 positivo foi observado em 113 pacientes (78%), e 28 (20%) tinham perfil triplo negativo. Discussão: O câncer de mama foi mais diagnosticado entre 50 e 69 anos, em concordância com a literatura. A expressão positiva de Progesterona e Estrogênio indica diferenciação celular, enquanto HER2 positivo sugere proto-oncogenes. Tumores diferenciados são mais clinicamente favoráveis. Apesar de 59% terem receptores de progesterona, 71% foram negativos para estrogênio. A tripla negatividade, mais comum em MS (20%) do que nos EUA (12%), é associada a maior agressividade e piores desfechos. Conclusão: A alta incidência de câncer de mama triplo negativo em Mato Grosso do Sul, em comparação com os EUA, sugere um perfil desfavorável. Avanços em biomarcadores podem inspirar estudos adicionais, aprimorando a compreensão do comportamento tumoral local. A personalização terapêutica se torna crucial para tratamentos mais eficazes.
Referências
HOWARD, F. M.; OLOPADE, O. I. (2021). Epidemiology of Triple-Negative Breast Cancer: A Review. Cancer Journal (Sudbury, Mass.), 27(1), 8-16. DOI: 10.1097/PPO.0000000000000500.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Atlas da mortalidade. Rio de Janeiro: INCA, 2023. Base de dados. Disponível em: https://www.inca.gov.br/app/mortalidade. Acesso em: 01 mar 2024.
LUPORSI, E. et al. Ki-67 level of evidence and methodological considerations for its role in the clinical management of breast cancer: analytical and critical review. Breast Cancer Res Treat, 2012;132:895-915.