CARACTERÍSTICAS DAS INTERNAÇÕES POR ENXAQUECA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) NO MATO GROSSO DO SUL
Palavras-chave:
Transtornos de Enxaqueca, Hospitalização, Custos de Cuidados de SaúdeResumo
Introdução: A enxaqueca é a cefaleia primária mais comum e pode acarretar incapacidade para atividades rotineiras, internações, e consequentemente, gastos para o sistema de saúde. Objetivo: Apresentar as características e os custos das internações de pacientes com queixa de cefaleia no Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso do Sul (MS). Metodologia: Estudo transversal que utilizou dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), de janeiro de 2018 a outubro de 2023. Foram consultados os dados sobre internação segundo a causa definida como “enxaqueca e outras síndromes de algias cefálicas”. Resultados: Foram registradas 624 internações por enxaqueca em MS, no período. Prevaleceram pacientes do sexo feminino (429) mais que o dobro do masculino (195). Quanto à faixa etária, adultos jovens (25 a 29 anos) representaram o maior número de internados. As internações por enxaqueca tiveram custo próximo a 230 mil reais, 370 reais em média, representando 0,014% do total gasto em internações no período, abaixo da média nacional (525 reais e 0,029%, respectivamente). Internações de pacientes com 50 a 54 anos foram as responsáveis pelos maiores gastos (aproximadamente 43,5 mil reais). Além disso, verificou-se um tempo médio de 3,6 dias por internação por enxaqueca, próximo à média nacional (3,9 dias) Discussão: A prevalência de mulheres com essa queixa pode ser atribuída, entre outras, à flutuação do estrogênio no ciclo menstrual e também na menopausa. A faixa etária que mais onerou por internação coincide com o período da menopausa quando pioram os quadros de enxaqueca devido à flutuação e queda hormonal. Conclusão: Os gastos com internações hospitalares por enxaqueca no Mato Grosso do Sul foram direcionados, em maioria, às pacientes do sexo feminino, adultos jovens e àqueles com mais de 50 anos. Ressalta-se a importância de um atendimento integral aos pacientes com essa queixa, especialmente às mulheres, de modo a evitar as internações hospitalares. Os resultados estão abaixo das médias nacionais, exceto o tempo médio de internação, que foi similar. É fundamental a prevenção da enxaqueca já que suas implicações vão além das despesas diretas com a internação, podendo acarretar absenteísmo e outros prejuízos sociais.
Referências
CHAI, Nu Cindy; PETERLIN, B. Lee; CALHOUN, Anne H. Migraine and estrogen. Current opinion in neurology, v. 27, n. 3, p. 315, 2014.
CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DAS CEFALEIAS. São Paulo. Omnifarma, 2018.
NAPPI, R. E. et al. Role of Estrogens in Menstrual Migraine. Cells, v. 11, n. 8, p. 1355, 15 abr. 2022.