LEISHMANIOSE VISCERAL E COINFECÇÃO LEISHMANIA-HIV: NÍVEL DE CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE EM CAMPO GRANDE/MS
Palavras-chave:
Leishmaniose, Coinfecção, HIV, Profissionais da SaúdeResumo
Introdução: O conhecimento dos profissionais e acadêmicos da área da saúde de Campo Grande/MS sobre a Leishmaniose visceral faz-se necessário devido a região ser uma área endêmica da doença, a qual é causada pelo protozoário Leishmania infantum, transmitido através da picada de um inseto flebotomíneo (Lutzomyia longipalpis) que se infecta principalmente pelo contato com cães contaminados. Portanto, foi realizado um estudo epidemiológico acerca do conhecimento dos profissionais e acadêmicos da saúde na capital sul mato-grossense em relação à transmissão e manejo de pacientes com leishmaniose visceral e sobre a coinfecção com o vírus HIV, a qual causa o agravamento da doença. Objetivo: Realizar levantamento sobre o conhecimento dos profissionais da saúde e acadêmicos de um curso de Medicina sobre a Leishmaniose e a sua coinfecção com HIV. Descrição: Questionários sobre a leishmaniose visceral e a coinfecção Leishmaniose-HIV foram elaborados, contendo perguntas direcionadas a profissionais e acadêmicos da área da saúde, os quais foram aplicados em duas Unidades básicas da Saúde da Família do município. Posteriormente, foi realizada a análise estatística das respostas obtidas. Foram recebidas 20 respostas, sendo que 4 fornecidas por profissionais da saúde, e as 16 restantes foram contribuições de acadêmicos. Após as perguntas objetivas, foram incluídas perguntas abertas, permitindo que as respostas manuscritas fossem compartilhadas pelos entrevistados. Discussão: A Leishmaniose encontra-se em expansão no território brasileiro tendo como um de seus focos endêmicos o município de Campo Grande. Com base nos dados levantados nesse estudo, observa-se que cerca da metade dos profissionais e acadêmicos da área da saúde considera não ter bom conhecimento sobre a coinfecção LV-HIV, e não saber como proceder caso um paciente com coinfecção busque acolhimento na UBSF, o que evidencia uma problemática na conduta correta em relação aos pacientes. Não obstante, os estudos sobre o tema são insuficientes para atender a realidade brasileira. Conclusão: Esse estudo destaca a falta de conhecimento dos profissionais e estudantes da saúde sobre a coinfecção de Leishmaniose-HIV e conjunto com a desinformação a respeito da conduta adequada para o manejo desses pacientes duplamente infectados. Logo, expondo a necessidade de ações sociais e estudos científicos sobre o tema.
Referências
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