NEUTROPENIA FEBRIL EM PACIENTE NÃO ONCOLÓGICO: RELATO DE CASO
Palavras-chave:
neutropenia febril, febre, HIV, leishmaniose visceralResumo
Introdução: A neutropenia febril (NF) é definida como uma temperatura oral ≥ 38,3ºC ou duas medidas consecutivas ≥ 38ºC de outro local num intervalo de até 2 horas e contagem de neutrófilos < 500/μL (ou uma expectativa de declínio para< 500/μL). É uma emergência médica, cujo diagnóstico precoce e o tratamento antimicrobiano empírico são fundamentais para o bom desfecho dos casos. Objetivo: Relatar um caso de um paciente não oncológico com neutropenia febril. Este relato possui termo de consentimento livre esclarecido (TCLE) devidamente assinado pelo paciente. Descrição do caso: Homem, 31 anos, , vivendo com HIV não tratado para leishmaniose visceral e neurocriptococose. Paciente admitido no Hospital São Julião (HSJ) com queixa de fadiga, fraqueza e falta de apetite. Ao exame físico estava em regular estado geral e nutricional, emagrecido, hipocorado, hidratado, acianótico, anictérico e afebril. No terceiro dia da internação, iniciou picos de febre, com temperatura axilar variando de 37,4º - 39,1ºC; PAS:140x80mmHg; FC: 98-110bpm, Glicemia:137mg/dL. Sem alterações em outros sistemas orgânicos. Os exames laboratoriais durante os próximos sete dias apresentaram neutropenia, plaquetas variando de 9 – 23 mil e leucócitos de 2010 – 1190 mm³. Discussão: Trata-se de um caso de um paciente não oncológico que evoluiu com NF. Como primeira conduta foram solicitados hemocultura (2 amostras), hepatograma e função renal, radiografia de tórax, todos dentro da normalidade. Então foram iniciados suporte clínico (vigilância térmica e infecciosa), e medicamentos sintomáticos, associado a antibioticoterapia (Vancomicina e Cefepime) por 14 dias. Paciente evoluiu com melhora clínica e laboratorial. Conclusão: O sucesso no tratamento requer uma rápida avaliação e reconhecimento da severidade do doente febril e imunocomprometido − e assim, reduzir o risco de mortalidade e complicações associadas. A prevenção e o tratamento da neutropenia grave tornam-se críticos para melhorar a sobrevida dos pacientes infectados pelo HIV.
Referências
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