TENDÊNCIAS TEMPORAIS E ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE SÍFILIS ADQUIRIDA NAS MICRORREGIÕES DE SAÚDE DE MATO GROSSO DO SUL
Palavras-chave:
Sífilis Adquirida, Incidência, Tendência Temporal, Mato Grosso do SulResumo
Introdução: a sífilis adquirida (SA), uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pelo Treponema pallidum, desafia a saúde pública, destacando-se como uma das ISTs mais comuns. Em 2022, Mato Grosso do Sul (MS) registrou uma alta incidência de SA, com 103,7 casos por 100 mil habitantes. Objetivo: analisar a tendência da incidência de sífilis adquirida de 2010 a 2021 nas Microrregiões de saúde de Mato Grosso do Sul. Metodologia: estudo epidemiológico descritivo com análise de séries temporais, utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A construção da série temporal com as respectivas incidências (n° casos ao ano/população residente do município*100 mil), foi feita com o software JoinPoint Regression Program, que calcula a média da variação percentual no período estudado (AAPC), que considera valor negativo uma tendência decrescente e valor positivo uma tendência crescente. Resultados e Discussão: os resultados revelaram um aumento crescente nos casos em diversas Microrregiões, como Aquidauana (AAPC 12,3%), Campo Grande (Costa Rica AAPC 26,8%, Maracaju AAPC 15,4%, São Gabriel do Oeste AAPC 11,6%, Sidrolândia AAPC 15,7%), Dourados (Dourados AAPC 14,2%, Fátima do Sul AAPC 14,7%), Jardim (Bonito AAPC 12,4%), Naviraí (Juti AAPC 6,4%, Naviraí AAPC 33,1%), Paranaíba (Chapadão do Sul AAPC 18,6%), Ponta Porã (Amambai AAPC 16,3%, Aral Moreira AAPC 14,7%, Tacuru AAPC 15,8%), e Três Lagoas (Bataguassu AAPC 8,9%, Santa Rita do Pardo AAPC 27,7%, Selvíria AAPC 10,5%). Esse aumento pode ser atribuído a ações de saúde eficazes ou negligência dos serviços de saúde. Por outro lado, algumas áreas mostraram uma tendência decrescente, como Ribas do Rio Pardo (AAPC -12,1%), Coxim (AAPC -14,9%), Sonora (AAPC -21,5%), Eldorado (AAPC -10,2%), e Antônio João (AAPC -14,9%), possivelmente devido a políticas de prevenção eficazes ou subnotificação de casos após 2020 devido à pandemia de COVID-19. Conclusão: esses resultados fornecem um panorama temporal da SA nas Microrregiões de saúde de MS, destacando áreas prioritárias para políticas de promoção e prevenção das ISTs.
Referências
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