LEISHMANIOSE VISCERAL E COINFECÇÃO LEISHMANIA-HIV: NÍVEL DE CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO ADSCRITA DE UMA SUBREGIÃO DE CAMPO GRANDE/MS
Palavras-chave:
Leishmaniose, Coinfecção, HIV, PopulaçãoResumo
Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida pela picada do inseto flebótomo do gênero Lutzomyia. No meio urbano, os cães domésticos desempenham papel de reservatórios e amplificadores do parasita facilitando sua propagação. Somado a isso, a coinfecção Leishmania-HIV aumenta a gravidade do quadro nos pacientes afetados. Nesse sentido, por Campo Grande ser uma área endêmica, percebeu-se a importância de realizar um estudo social para verificar o conhecimento da população acerca da transmissão, prevenção e complicações causadas pela leishmaniose visceral e sua coinfecção com HIV. Objetivo: Relatar a experiência dos acadêmicos de medicina na elaboração e aplicação de um instrumento para investigar o nível de conhecimento sobre leishmaniose visceral e a coinfecção Leishmania-HIV. Descrição: Elaboramos e aplicamos um questionário eletrônico com perguntas objetivas a 27 pessoas de ampla faixa etária, sobre o conhecimento da quantidade de casos de leishmaniose em Campo-Grande-MS, formas de transmissão, a proximidade com possíveis reservatórios da doença e a coinfecção Leishmania-HIV. Discussão: Ao aplicarmos o questionário, foi percebida uma contradição, 59,3% eram cientes que Campo Grande é uma cidade endêmica da doença, e uma parcela significativa até mesmo relata casos conhecidos de infecção. Por outro lado, como maioria tinha conhecimento sobre o grande número de casos, havia expectativas que a população soubesse a forma de transmissão, prevenção e reservatórios da leishmaniose visceral, porém mais da metade dos participantes admitiu não saber tais informações. Além disso, esperava-se que a população não tivesse conhecimento sobre a coinfecção leishmaniose-HIV, pois é um assunto pouco debatido e, como comprovado pelos resultados do questionário, evidenciou-se que 92,6% não conheciam o quadro e de suas consequências. Conclusão: Dessa forma, nota-se uma lacuna na disseminação de informações, já que essa parte da população está ciente da doença, porém desconhece as medidas preventivas. Consequentemente, esse cenário corrobora a dificuldade em diminuir a incidência de casos no município de Campo Grande.
Referências
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