RELATO DE EXPERIÊNCIA DO Iº SIMPÓSIO DE SAÚDE INDÍGENA DA GRANDE DOURADOS

Autores

  • João Lucas Nunes de Moura
  • Breno Alcará Ferreira
  • Cristielly Maciel Alvarenga
  • Fernanda Pereira Foletto
  • Isabela de Alencar Gonçales
  • Marcos Vinicius da Silva Bintercourt
  • Verônica Gronau Luz

Palavras-chave:

saúde indígena; sistema único de saúde; formação; educação em saúde.

Resumo

Introdução: Durante o XI Encontro Nacional da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão (CCR) do Ministério Público Federal (MPF), em Campo Grande, a então vice Procuradora-Geral da República, Deborah Duprat, classificou que “a reserva (indígena) de Dourados é talvez a maior tragédia conhecida na questão indígena em todo o mundo”. Dessa forma, a formação de profissionais de saúde na graduação é extremamente deficitária no que diz respeito às questões indígenas. Objetivo: debater intensamente as questões relacionadas à saúde indígena com estudantes de graduação e profissionais que atuam em áreas de saúde.  Relato da Experiência: Levou-se em consideração a pandemia do novo coronavírus; logo, o evento foi realizado na modalidade remota, através do Youtube®, com inscrição gratuita e certificação para os participantes. Ademais, para garantir a representatividade, duas palestrantes eram indígenas e os outros três, especialistas no assunto. O ciclo de discussões abordou a introdução à saúde indígena, sua história, organização do subsistema e a Reserva Indígena de Dourados, etnocentrismo e preconceito nas áreas de saúde, histórias e desafios contemporâneos da Reserva Indígena de Dourados e como o médico generalista pode atuar no contexto indigenista, trazendo uma rica experiência aos participantes. A avaliação dos ouvintes deixou clara a relevância e como o assunto é negligenciado nas cadeiras de graduação em saúde. Os participantes manifestaram-se pela importância de discutir mais e conhecer sobre saúde indígena. Reflexão da Experiência: Nota-se que a ausência deste assunto nos currículos acadêmicos nos cursos de saúde é prejudicial à formação destes profissionais, uma vez que é de se esperar que deva acontecer o mínimo de abordagem de questões indígenas dentro das salas de aula das universidades. Cabe destacar, inclusive, que a questão indígena discutida no simpósio não se deteve apenas à saúde em si (ou seus processos de adoecer e curar) ou ao Sistema Único de Saúde (SUS). Foram discussões que envolveram espiritualidade, território e identidade – sempre olhando para o indígena como principal ator dessa discussão. Foram realizadas 526 avaliações, sendo que nenhuma foi negativa quanto ao evento; ou seja: todos os comentários encaminhados à organização são positivos, inclusive com agradecimentos pela oportunidade de aprender sobre o tema, além de várias sugestões para realização de mais eventos. Conclusões: Portanto, é notório que a inserção de temas relacionados à Saúde Indígena em currículos de graduação é extremamente urgente. Participaram do simpósio estudantes e profissionais de saúde de todo o país e ficou evidenciado que este é um assunto negligenciado nas universidades.

Referências

DUPRAT, Deborah. A reserva de Dourados é talvez a maior tragédia conhecida na questão indígena em todo o mundo. Disponível em: <http://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-pgr/a-reserva-de-dourados-e-talvez-a-maior-tragedia-conhecida-na-questao-indigena-em-todo-o-mundo-afirma-vice-pgr>. Acesso em: 25 ago 2020.

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Publicado

2022-03-21

Como Citar

Lucas Nunes de Moura, J., Alcará Ferreira, B., Maciel Alvarenga, C., Pereira Foletto, F., de Alencar Gonçales, I., Vinicius da Silva Bintercourt, M., & Gronau Luz, V. (2022). RELATO DE EXPERIÊNCIA DO Iº SIMPÓSIO DE SAÚDE INDÍGENA DA GRANDE DOURADOS. I SIMPÓSIO DO GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM SAÚDE INDÍGENA DA UEMS, 1(1). Recuperado de https://anaisonline.uems.br/index.php/gepsi/article/view/8019