VIVÊNCIA PRÁTICA DO MÓDULO ELETIVO SAÚDE INDÍGENA
Palavras-chave:
Serviços de Saúde do Indígena; Saúde de Populações Indígenas; Sistemas Locais de Saúde.Resumo
O estado de Mato Grosso do Sul conta com a segunda maior população autodeclarada indígena do país, cerca de 73 mil pessoas, a cidade de Amambai e Dourados concentram uma grande parcela desta população. Considerando que os indicadores de saúde dessa população são bem inferiores aos da população geral, evidencia-se uma formação acadêmica comprometida com o desenvolvimento regional e com o reconhecimento da cultura indígena no processo saúde-doença. Relatar as experiências vividas no Módulo eletivo de Saúde Indígena do curso de Medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Considerando a formação de médicos com perfil diferenciado para atender as necessidades locorregionais e a interculturalidade, criou-se no Projeto Pedagógico do Curso o Módulo Eletivo de Saúde Indígena. A proposta do Módulo é a imersão do acadêmico nos cenários de atenção à Saúde Indígena. Foram realizados acompanhamento com profissional médico, em aldeias do Mato Grosso do Sul, cumprindo a carga horária de 48h práticas e 12h teóricas, no ano de 2017. A população indígena do estado necessita de atenção especializada voltada para sua realidade econômica, social e cultural. A atividade prática nas aldeias proporcionou um aprofundamento de habilidades e de competências na área de saúde indígena. A proximidade com a comunidade indígena possibilitou troca de conhecimento com os profissionais de saúde, atendimento humanizado e conhecimento da atenção em rede da saúde indígena. Além do conhecimento da área e da cultura da população indígena, pode-se observar os principais indicadores de saúde e desafios dos profissionais na atenção à saúde, considerando suas particularidades. Em relação à experiência na Unidade Básica de Saúde Aldeia Bororó II, observou que o médico tinha bastante vínculo com a população e conhecimento da política nacional de atenção à saúde indígena e dos agravos à saúde dessa população, além de ter amplo conhecimento da cultura local. Conclui-se que, essa experiência acadêmica na área da saúde indígena, é de extrema importância na formação de médicos voltados para uma saúde humanística e integral, que conhece as especificidades da população na qual presta atendimento. Além de proporcionar uma experiência única de imersão cultural nessa população tão rica em costumes e crenças. O eletivo proporcionou conhecer a prática da Política Nacional de Atenção à Saúde Indígena, suas falhas e acertos, além do contato com as principais doenças que afetam essa população.
Referências
FUNASA – FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas: relatório final (análise dos dados) nº 7. Rio de Janeiro, 2009.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Os Indígenas no Censo Demográfico 2010: primeiras considerações com base no quesito cor ou raça. Rio de Janeiro, 2012.