ROBERTO ARLT: UMA PERSPECTIVA DA SUA ÉPOCA
Resumo
Este trabalho, em princípio, visou a análise historiográfica de como se reflete a Modernidade ao longo do tempo; época após época, da França do século XIX e da Argentina do século XX. Passada a Belle Époque Argentina, a Vanguarda dos anos 20 teve o confronto entre literatos, conhecida como a discrepância entre Boedo e Florida. Como eixo temático desta pesquisa, procuramos demonstrar que, na referida vanguarda, houve de fato uma discrepância entre o cronista do jornal El Mundo, Roberto Arlt, e o escritor Jorge Luis Borges, constatada através da análise dos seus textos daquela época, os quais providenciam um amplo esclarecimento para a compreensão do processo de mudanças de caráter sócio–cultural. Para obter tal linhagem histórica, partiu-se da teoria benjaminiana sob a análise da obra As Flores do Mal de Charles Baudelaire. Na teoria mencionada, um dos postulados é sobre o flâneur, na qual, obrigatoriamente, houve que analisar O homem na multidão, de Edgar Alan Poe. Em matéria da Modernidade Argentina, trabalhou-se sob a teoria de Beatriz Sarlo que, coincidentemente, fundamenta-se sob os textos de Walter Benjamin. Para obter um suporte do foco deste trabalho utilizou-se o romance do escritor argentino Ricardo Piglia, Respiración Artificial, na qual estabelece uma teoria acerca das diferencias existentes entre Arlt e Borges em matéria estética e ideológica. Para um maior teor de referências sobre dita questão, utilizou-se declarações de intelectuais argentinos contemporâneos como também alguns escritores que vivenciaram a discordância aqui evidenciada.