DISTINÇÕES ENTRE A PRÁXIS DO PROFESSOR E DO PROLETÁRIO À LUZ DA ONTOLOGIA DE GYORGY LUKÁCS
Resumo
Em sua obra de maturidade, Lukács resgata uma concepção medular na teoria marxiana, que confere o trabalho como categoria fundante do ser social, de todas as formas de sociabilidade e que produz todo o conteúdo material da riqueza social. O presente texto que foi elaborado mediante pesquisa bibliográfica, aponta que o personagem que realiza esse intercâmbio orgânico com a natureza e socializando-a, é somente o proletariado, ao passo que as demais atividades, embora sejam essenciais à vida social, não podem ser consideradas como trabalho. Assim, enquanto o proletário se relaciona diretamente com a natureza visando produzir a riqueza social, utilizando de maquinários, o professor, por sua vez, se relaciona com pessoas objetivando transformar a personalidade de seus alunos (substância social), utilizando a socialização de conhecimentos e valores (burgueses ou não). O proletário trabalha sobre uma matéria sem consciência, mediada por ferramentas, enquanto o professor visa justamente, a consciência do aluno mediada pela cultura. Dessa forma, pode-se concluir que além das diferenças de perspectivas, funções sociais, métodos e instrumentos, se tais distinções forem desprezadas, levariam ao desaparecimento da própria atividade do educador.