CULTIVO DE Dilocarcinus pagei (STIMPSON, 1861) EM LABORATÓRIO, EM DIFERENTES NÍVEIS DE ÁGUA
Resumo
O extrativismo acelerado no ambiente pantaneiro tem sido a principal causa de vários estudos, que buscam a preservação das espécies utilizadas como iscas vivas, dentre elas o caranguejo dulcícola Dilocarcinus pagei (Stimpson, 1861). O cultivo em laboratório foi estudado com enfoque em dois aspectos: reprodução de indivíduos oriundos do Pantanal de Miranda-MS e maturação gonadal de animais do Pantanal de Porto Murtinho-MS. Os animais foram coletados, manualmente e com auxílio de peneiras, transportados para o laboratório, onde suas estruturas morfológicas foram mensuradas, com um paquímetro digital de 0,01 mm e pesados em balança analítica de precisão 0,0001g, foram divididos em casais, para o povoamento dos tanques de cultivo com diferentes níveis de água, que diariamente tiveram seus parâmetros limnológicos mensurados. A maturação gonadal foi estimada, com os dados da largura da carapaça, para determinar o tamanho que 50% da população se encontravam aptos para a reprodução. Os dados limnológicos não apresentaram diferenças significativas, a condutividade apresentou maior média de 362,48±2,42 µs na última semana. Nas manhãs e tardes o pH foi estável, com amplitude de 5,72±0,02 a 5,98±0,09. As temperaturas apresentaram maiores médias durante o período da tarde em todo experimento, com amplitude de 26,94±0,43 a 29,6±0,20ºC que pode estar relacionada à irradiação solar intensa nesse período. A maturidade estimada foi de 40,72mm para machos e 41,68mm para fêmeas, mostrando-se tardiamente nos machos. Os resultados obtidos neste estudo são de extrema importância, para a preservação do Pantanal, da espécie, bem como para futuros estudos de cultivo em laboratório.