AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO ANTRÓPICA EM UM AMBIENTE LÓTICO

Resumo

As atividades antrópicas causam degradação dos recursos hídricos e com isso propiciam uma ruptura na sinergia ambiental. Diante deste cenário torna-se urgente o desenvolvimento de métodos que auxiliem a conservação da biodiversidade aquática e a compreensão de padrões globais que determinam a qualidade dos sistemas lóticos. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar os parâmetros visuais, físicos e químicos no gradiente longitudinal do riacho 2 de Junho, localizado em Glória de Dourados-MS e analisar as alterações de origem antrópica ocasionados pela agricultura, pecuária e urbanização. Para o levantamento de dados foi utilizado um protocolo de avaliação rápida da diversidade de habitats (PAR) e instrumentos para medição do pH, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, temperatura e incidência luminosa. A média dos oito trechos analisados apresentou 39 ± 13,1 pontos, significa que o ambiente encontra-se “impactado”; a elevada variância observada deve-se a três trechos que apresentaram características de ambiente “alterado” (40-43 pontos) e um trecho “natural” (67 pontos). Os parâmetros físicos e químicos que indicaram degradação observam-se: condutividade elétrica da água (84-205µs nos trechos alterados/impactados e 67µs no trecho natural); luminosidade, onde somente o trecho natural apresentou mata ciliar que filtrou até 95% da incidência luminosa; oxigênio dissolvido que apresentou 4,0-6,4 mg.L-1, ou seja, os valores encontram-se no limite  para a sobrevivência de organismos aquáticos. O pH  e a temperatura da água não apresentaram incongruências que indiquem degradação no ambiente. Tais resultados demonstraram que o PAR, com os parâmetros físicos e químicos, constitui uma eficiente ferramenta para avaliar a degradação em ambientes lóticos.