Um estudo comparatista entre Hélio Serejo e Umberto Puiggari
Resumo
Este artigo propõe uma análise comparada dos textos “Sismório, o gringo bochincheiro e bandido” (1991) de Hélio Serejo e “O Sismório”, presente no livro Nas fronteiras de Matto Grosso: terra abandonada (1933) de Umberto Puiggari, com o fito de evidenciar escolhas e representações na obra de ambos os autores. Inicialmente nossa proposta era evidenciar apenas as representações da violência na obra de ambos os escritores, contudo, percebemos que havia vários outros elementos passíveis de comparação, como a trajetória dos escritores e procedimentos narrativos utilizados nos textos. Dessa forma, além da busca inicial pela temática da violência em si, trabalharemos a imagem que os narradores criam de suas narrativas e de seus narratários, analisando a criação das personagens, que são representadas como agentes ou vítimas da violência que perdurou no Estado de Mato Grosso durante a primeira metade do Século XX. Portanto, não perderemos de vista aspectos sócio-históricos igualmente importantes para a compreensão dos textos analisados e faremos reflexões concernentes à relação estabelecida entre os textos de Umberto Puiggari e Hélio Serejo que em diferentes épocas retrataram a violenta trajetória do lendário bandido Franck Six Moritz, mais conhecido como Sismório.