ESTRUTURA E ONTOGÊNESE DE SEMENTES DE Ceiba samauma (MART.) SHUMANN (BOMBACOIDEAE, MALVACEAE)

Resumo

Considerando a história taxonômica de Ceiba Mill., que inclui sinonimizações, bem como a similaridade entre as espécies circunscritas neste gênero, estudos anatômicos, especialmente aqueles de órgãos reprodutivos, podem contribuir para sua caracterização e entendimento das relações infra-genéricas. Desta forma, empreendeu-se uma investigação sobre a semente de Ceiba samauma (Mart.) Schumann, que, no Brasil, ocorre principalmente em São Paulo e Mato Grosso do Sul, visando descrever sua estrutura e desenvolvimento e fornecer subsídios para realização de trabalhos de filogenia e de cunho taxonômico. As análises foram realizadas a partir de óvulos e sementes em diversos estádios de desenvolvimento, preparados segundo as técnicas usuais. Verificou-se que o óvulo é anátropo, bitegumentado, crassinucelado, provido de hipóstase. Após a fecundação, a anti-rafe desenvolve-se mais que a rafe, tornando a semente campilótropa. Observa-se ampliação do número de estratos celulares no mesotégmen e ao longo da região rafe-calazal, que se torna protuberante. Na rafe, o tecido parenquimático, derivado de estratos multiplicativos, é permeado pelo feixe rafeal, por cavidades de mucilagem e idioblastos contendo drusas. Na semente madura, a testa apresenta-se colapsada, à exceção da endotesta uniestratificada, que não é especializada. O exotégmen consiste de uma paliçada de macroesclereídes, como em outras Bombacoideae; o mesotégmen é fenólico, aerenquimático; no entanto, as camadas mais internas mostram-se distendidas, juntamente com o endotégmen que se constitui de um estrato fenólico. O embrião plicado, envolto por endosperma, ocupa a maior parte da cavidade seminal. As sementes de C. samauma e C. speciosa diferem, principalmente, quanto à estrutura tégmica.

Palavras-chave: anatomia, desenvolvimento, morfologia